
 ViniPortugal quer crescer oito por cento
A ViniPortugal quer aumentar este ano em 8 por cento as vendas de vinhos  portugueses em Angola, que  é o principal mercado de exportação, mas que tem grande potencial de crescimento nos  vinhos "finos" e junto dos jovens.
 
 
 
 
 Segundo  revelou à agência Lusa a 'area manager' para Angola da  ViniPortugal, o estudo que é apresentado hoje, segunda-feira, no Porto (e terça-feira em  Lisboa), confirma o que a associação inter-profissional responsável pela promoção  dos vinhos portugueses já tinha como certo: Angola é  "um mercado muito sério" para Portugal e deve ser  tratado como tal. "Angola é um  mercado muito sério para nós, quer em termos de volume, quer de valor, e não  podemos, de todo, achar que o temos ganho só porque já lá vendemos imenso",  afirmou Sónia Fernandes.
 
 
Actualmente,  o país africano é de longe o maior mercado de importação dos vinhos lusos,  tanto em volume, como valor, destacando-se como aquele onde Portugal mais vende  os seus melhores vinhos. Apesar  de as vendas de vinhos a granel terem "caído um bocadinho" nos últimos dois  anos, penalizando as exportações em volume, Sónia Fernandes destaca que esta  quebra tem sido compensada com a boa 'performance' dos vinhos engarrafados,  motivando o crescendo das vendas em valor.
 
 
 
Encomendado  pela ViniPortugal à Brands Advance, o "Estudo sobre o Mercado dos Vinhos em  Angola" a  apresentar na próxima semana é o primeiro do género e visa sistematizar o  "conhecimento empírico" de que associação já dispunha.
 
 
 
Durante  mais de um ano, a Brands Advance estudou 'in loco' os processos do vinho em  Angola: de  que forma chegam lá os vinhos, como, onde e a quem são mais vendidos, quais os  impostos aplicados à importação e como é feita a distribuição pelas várias  províncias angolanas.
 
 
 
Uma  "panóplia de dados" que, segundo Sónia Fernandes, são importantes para a  definição de uma estratégia de comunicação e 'marketing' para os vinhos  portugueses naquele mercado, "onde ainda há potencial de crescimento em termos  de consumo médio anual per capita".
 
 
 
Do  trabalho resultou que a aposta da ViniPortugal em Angola deve  passar pelos vinhos de qualidade superior, ditos "finos", que têm vindo a ganhar  quota de mercado, em detrimento dos vinhos a granel.
 
 
 
 Os  jovens a partir dos 18 anos são apontados como o grande potencial de consumo,  apesar de actualmente os principais clientes do vinhos lusos em Angola se  situaram na faixa dos 40-45 anos.
 
 
 
Apesar  de quase estar focado na capital Luanda, o estudo aponta alguns dados no sentido  da distribuição dos vinhos portugueses para outras províncias "em forte  desenvolvimento".
 
 
 
É o  caso do Lobito, onde, segundo Sónia Fernandes, a ViniPortugal promoveu muito  recentemente e com "imensa afluência" a primeira prova de vinhos ali  realizada.
 
 
 
A  Brands Advance concluiu ainda que o mercado angolano "está cada vez mais a  querer profissionalizar-se nos vinhos", procurando muita informação nesta área  com vista à formação de profissionais.
 
 
 
Face  à perspectiva de crescimento da economia angolana na ordem dos oito por cento  este ano, a meta da ViniPortugal é continuar a explorar o potencial de  Angola,  acompanhando este ritmo e crescendo ali "os mesmos oito por cento em volume e  valor".