Deambulo pelo fim do mundo. Numa
experiência a solo, sinto que o deserto
quer engolir-me. Recuo, avanço, avanço,
recuo… Entre o medo e a excitação vivo
encontros com horizontes infinitos,
assisto ao movimento do sol e aos céus
cambiantes. Contemplo uma terra que
se faz ao Atlântico numa relação sem
obstáculos, embalados pelo vento.
Curoca, Arco, Tombua e tantos outros.
Nomes… Quebrando a monotonia, são
sinónimos da surpresa de encontrar
presença humana ou vestígios da
mesma no meio desta aridez imensa.
Primeiro uma casinha abandonada,
depois uma linha férrea e o barco do
pescador. E os sorrisos. E o espanto!
O espanto do cruzamento com
esta cara pálida em terras alheias
tirando fotografias. “Aqui! Aqui!”
Gritam alegremente e fazendo poses,
imploram por aparecer numa fotografia
que os levará longe!






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