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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Lusofonia

Portugal desinvestiu mais do que investiu

O investimento português em Angola é hoje mais diversificado e cresceu até 2009, quando foi travado pela crise. Mas, nos últimos três anos, Portugal desinvestiu mais do que investiu no pais de África que mais investimento estrangeiro recebe.

Os dados oficiais do Banco de Portugal mostram que Portugal e Angola são parceiros cada vez mais importantes um para o outro nas relações económicas, acompanhando as tendências registadas na área do comércio, com os investimentos de lado a lado a aumentarem.

Angola foi o terceiro país estrangeiro onde Portugal mais investiu em 2008 -- cerca de 775,1 milhões de euros -- e manteve essa posição em 2009, apesar de o investimento ter sido menos, atingindo os 557,43 milhões de euros.

Por outro lado, nos últimos anos, tem havido um desinvestimento crescente de Portugal, que fez com que em 2007, 2008 e 2009 o investimento líquido tenha sido negativo, o que poderá ser explicado pela venda, a empresas de capital angolano, de participações significativas, sobretudo em bancos detidos por grupos portugueses e menos lucros reinvestidos.

Os sectores em que o investimento português em Angola é aplicado mostra também uma inversão, com a construção a absorver mais de metade do total (51 por cento em 2008 e 55,5 por cento em 2009), seguido do comércio por grosso e a retalho, quando antes eram as actividades financeiras que absorviam o grosso do fluxo desse investimento (32,6 por cento em 2005 e 55,9 por cento em 2006).

Enquanto emissor de investimento para Portugal, embora o peso no IDE total seja ainda reduzido, ocupando Angola em 2009 o 15º. lugar e representando apenas 0,36 por cento, os dados do Banco de Portugal mostram um enorme crescimento, tendo mais do que quadruplicado de 2007 para 2008, passando de 15 milhões de euros para 49,82 milhões de euros investidos, e mais do que duplicado este valor em 2009, para 113,94 milhões de euros.

Esta evolução é visível também nas relações económicas com o resto do mundo, segundo dados do World Investment Report publicado pelas Nações Unidas, Angola é mais importante a nível mundial enquanto receptor de IDE do que enquanto emissor, mas sobe cada vez mais no ranking de investidor.

Em 2009 Angola recebeu cerca de 6,9 mil milhões de dólares (cerca de 5,46 mil milhões de euros), uma queda em ano de crise mundial para menos de metade de 2008, mas ainda assim vem ocupando desde 2004 entre o 25º. o 38º. lugar como receptor a nível mundial e o maior em África, enquanto como emissor ou investidor no estrangeiro, passou da posição 75, em 2004, para 41 em 2008.


Turismo


Receitas geradas por turistas angolanos em Portugal duplicaram

As receitas geradas por visitas de turistas angolanos a Portugal mais do duplicaram de 2008 para 2009, atingindo mais de 203,3 milhões de euros, segundo dados do Banco de Portugal

No "ranking" dos mercados emissores de turistas, Angola ocupava normalmente a 14ª. ou 15ª. posição, mas subiu para a 7ª. em 2009.

Estes valores referem-se apenas aos registados na hotelaria global, deixando de fora outras formas de alojamento, e a posição é enquanto mercado emissor de turistas num conjunto de 55 mercados.

A evolução é ainda mais significativa nos valores percentuais em relação ao total de estrangeiros.

Se em 2005, os turistas angolanos representavam uma quota de 1,26 por cento do total de estrangeiros, os dados do Banco de Portugal mostram que em 2009 representavam uma quota de 2,94 por cento e nos três primeiros meses de 2010 subiram para 3,37 por cento.

Economia

Economia na primeira linha de conversações entre Cavaco Silva e Eduardo dos Santos

A visita de José Eduardo dos Santos a Portugal, em Março de 2009, ficou marcada pelo reforço das relações económicas e comerciais entre os dois países.

A partir de dia 18, é o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que retribui a visita, com uma deslocação de uma semana; à frente de uma delegação cerca de uma centena de empresários.

No plano comercial, Angola continua a ser o primeiro parceiro comercial de Portugal fora da União Europeia e o quarto destino das exportações portuguesas a nível mundial.

Entre as expectativas resultantes da visita de José Eduardo dos Santos há um ano a Portugal, o destaque vai para a constituição de um banco de investimentos resultante da parceria entre a Caixa Geral de Depósitos e a empresa de combustíveis angolana Sonangol, com o capital social de mil milhões de dólares (cerca de 800 milhões de euros).

O objectivo é impulsionar o investimento português em Angola, apoiando o desenvolvimento de projectos de infraestruturas, bem como de indústrias e empreendimentos agrícolas.

Outro destaque vai para o reforço de instrumentos financeiros que sustentem a expansão das exportações portuguesas, ou seja, a criação de linhas de crédito.

Foram duas: uma de cobertura de riscos de crédito à exportação de Portugal para Angola, que duplicou para mil milhões de euros, e uma segunda, de 500 milhões de euros.

Em 2006, existia uma única linha de crédito, no valor de 100 milhões de euros.

Aquando da visita de José Eduardo dos Santos foi ainda assinado um memorando no sector da Educação.

Este acordo prevê o envio de 200 professores portugueses para as províncias angolanas do Cuanza Sul, Benguela, Namibe, Moxico e Cunene.

Trata-se de levar à prática o anúncio feito durante a visita de trabalho que o primeiro ministro José Sócrates efectuou em Julho de 2008 a Angola.

Denominado "Saber Mais", este é o primeiro projecto da cooperação portuguesa em Angola em que os custos são suportados a meias pelos dois estados, e assenta no envio de professores portugueses para formar docentes angolanos para o ensino secundário.

A importância deste projecto radica ainda no facto de se tratar da primeira medida do Fundo para a Língua Portuguesa, em que Angola paga 47 por cento dos 10 milhões de euros que envolve a sua execução, bem como a mesma proporção dos 2500 euros pagos mensalmente a cada docente português.

Dificuldades logísticas do lado angolano, que se comprometeu a assegurar alojamento, resultaram em que apenas 20 professores portugueses se encontrem actualmente em Angola, distribuídos pelas províncias de Benguela (oito) e Namibe (12).

Manuel Correia, presidente do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD), disse à Lusa que durante a visita de Cavaco Silva poderá ser anunciada a partida de mais professores portugueses, reforçando o grupo enviado para Benguela, agora com instalação no Lobito, e anda para a província da Huíla.

Diplomacia


Cavaco Silva inicia visita de uma semana

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, inicia no dia 18 uma visita de estado de sete dias a Angola, integrando na comitiva uma delegação de cerca de 100 empresários.

Trata-se da primeira deslocação de Cavaco Silva, enquanto Presidente da República, a Angola, em resposta à que o seu homólogo angolano, José Eduardo dos Santos, efectuou em Março de 2009 a Portugal.

Também neste caso se tratou da primeira deslocação com carácter de visita de estado de José Eduardo dos Santos a Portugal, desde que o governante angolano ascendeu ao poder em 1979.

A visita de Cavaco Silva a Angola traduz o bom momento que as relações luso-angolanas atravessam, consubstanciada na consolidação das ligações comerciais, em que Angola é actualmente o primeiro parceiro comercial de Portugal fora da União Europeia e o quarto destino das exportações portuguesas ao nível mundial.

Ao longo dos sete dias de estada em Angola, Cavaco Silva participa em dois momentos emblemáticos no domínio empresarial e diplomático.

No primeiro caso, é a inauguração, no dia 20, da Feira Internacional de Luanda (FILDA), o maior evento comercial com dimensão internacional em Angola.

E, no segundo caso, a transferência da presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), no dia 23, que nos próximos dois anos será exercida por Angola.

Comércio

Portugal exporta mais do que compra a Luanda


Portugal é o principal fornecedor de mercadorias a Angola e diferencia-se do resto do mundo nas relações comerciais com este país africano pelo forte excedente comercial, mesmo depois de em 2005 ter começado a comprar-lhe petróleo.

O excedente comercial, ou saldo entre importações e exportações, foi favorável a Portugal em 2,1 mil milhões de euros em 2009, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), um montante que representa um aumento de 13 por cento face ao saldo conseguido em 2008, e resulta da diferença entre os 2,25 mil milhões de euros em mercadorias exportadas e os 151,1 milhões de euros do valor de produtos importados.

O forte dinamismo manteve-se nos primeiros três meses deste ano e, embora as exportações tenham sido menos, em valor, o saldo foi positivo em 234,7 milhões de euros para Portugal.

O processo de reconstrução da economia angolana, que implica fortes importações de bens de equipamento e outros materiais, explica, segundo análise da estrutura das exportações portuguesas feita pelo AICEP - Portugal Global, a diminuição do peso relativo dos produtos alimentares e químicos no total e que os produtos mais exportados continuem a ser as máquinas e aparelhos, notando-se um dos maiores aumentos nos veículos e materiais de transporte.

Os dados oficiais mostram também que aumentam as exportações com grau médio-alto de intensidade tecnológica, ou seja produtos industriais transformados, que, em 2009, representaram 39,5 por cento do total (30,9 por cento em 2005).

Como cliente de Angola, Portugal ocupa o 12º. lugar do ranking mundial e o 5º. no contexto da União Europeia, sendo a China e os EUA (estes ultrapassados pelos chineses em 2008) os principais destinos das exportações angolanas (mais de 66 por cento das suas exportações totais), como mostram os dados mais recentes International Trade Centre(ITC).

Com o inicio das importações de petróleo a Angola, em 2005, a estruturas das importações portuguesas sofreram uma enorme alteração e actualmente os combustíveis minerais constituem mais de 99 por cento do total, quando, antes disso, Lisboa comprar àquele pais africano madeiras e metais comuns.

O crescimento das relações económicas bilaterais é acelerado de ambos os lados e ganha peso sobretudo com o aumento contínuo das exportações portuguesas -- Angola é o 4º. maior cliente de Portugal -, também as compras de Portugal a Angola, sobretudo de petróleo, fizeram com que subisse mais de 100 lugares na tabela de fornecedores, da 128ª. posição em 2004 para 21ª. em 2009.

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, visita Angola entre 18 e 24 de Julho, liderando uma comitiva que transporta cerca de cem empresários portugueses.