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Angola'in à venda em Portugal e Angola

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A 1ª edição 2012 da Angola'in é pura sedução! Disponível em Angola e Portugal, a revista marca o seu regresso ao bom estilo das divas: com muito glamour e beleza. Uma aposta Comunicare que reserva grandes surpresas para os seus leitores

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Arquitectura & Construção



Casa do Futuro



O nome do projecto diz tudo. Chama-se “Casa de Sonho” e foi dada a conhecer ao público na Export Home Angola, onde foi feita a antevisão de um plano habitacional, que está a ser desenvolvido pela Associação de Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP), que pretende desta forma incutir o conceito da qualidade e inovação aliados ao design moderno, de modo a dinamizar o mercado da construção civil. As residências do futuro, que se adaptam às exigências ambientais, de eficiência e sustentabilidade, serão apresentadas oficialmente na Constrói.







A ideia de criar uma modelo habitacional que revolucione o mercado angolano e se adapte às necessidades nacionais partiu da associação portuguesa AIMMP, que se encontra no país a desenvolver três acções de grande envergadura.

Por um lado, há que dar continuidade ao plano de instalação das indústrias do sector nas várias províncias (orçado em 100 milhões de euros). Os restantes objectivos nucleares dizem respeito ao desejo de introduzir, em colaboração com diversas empresas associadas, o projecto “Casa de Sonho”, que foi recentemente abordado na Export Home e será erguido no próximo certame dedicado à construção civil para que os visitantes possam conhecer integralmente as residências do futuro. De 15 a 18 de Outubro, a AIMMP mostra na sétima edição da Constrói Angola o protótipo da casa que faz parte do imaginário de cada família. Construído pela Modular System, o espaço, que será dado a conhecer ao público no maior evento associado ao mercado imobiliário nacional, foi equipado por diversas empresas, que acederam ao convite da AIMMP e da sua marca Associative Design. As características únicas são apenas uma das novidades de um projecto que tem como intuito introduzir no ramo da construção civil uma nova génese residencial, que tenha em consideração a eficiência energética e a preocupação com a salvaguarda dos recursos naturais e redução da emissão de poluentes, visto que o país começa a registar elevados índices de poluição, sendo urgente regular este ramo de actividade.


Nova geração residencial

Após a passagem por Milão e Nova Iorque, a marca empresarial Associative Design escolhe Angola para expor o conceito inovador de edificar residências, que se adaptem às novas exigências da sociedade moderna. Dezoito empresas associaram-se à AIMMP para desenvolver um produto, concebido de raiz em Portugal. O facto de estar em curso a implementação de seis fábricas de produção de madeira nas províncias nacionais é uma mais-valia, uma vez que o novo modelo habitacional proposto pela empresa poderá, no futuro, recorrer a matéria-prima nacional. Totalmente decorada, equipada e pronta a habitar, a casa que todos idealizam ocupa 386 metros quadrados e dispõe de quatro suites, cinco casas de banho, duas salas de estar, uma sala de jantar, uma piscina, um jacuzzi e jardim. No cômputo geral, serão utilizados cerca de 30 módulos para concretizar o projecto, que conta com uma vasta equipa, composta por empresas de decoração de interiores e de concepção de produtos e sistemas para a construção.





Amigos do ambiente

Painéis solares, espaços reservados para combustão, reciclagem e electrodomésticos que economizam energia são algumas das funcionalidades que compõem a “Casa de Sonho” e fazem deste projecto habitacional uma estrutura auto-sustentável. A empreitada está ao cargo da empresa Modular System, que recorre a um sistema construtivo modular em madeira, que parte da sua justaposição para alcançar diversas configurações, que se adaptam às necessidades de cada utilizador.

Os edifícios são integralmente desenvolvidos em Portugal e apresentam um reduzido impacto ambiental, devido à utilização de materiais naturais e recicláveis, em que se aposta nas energias renováveis e no reaproveitamento dos recursos naturais. Ao projecto associaram-se múltiplas marcas portuguesas, que têm como responsabilidade equipar a “Casa de Sonho” com todas as infra-estruturas, design e decoração, essenciais para tornar o espaço habitável. Aliás, a eco-eficiência e gestão ambiental incorporam as preocupações da AIMMP, cuja filosofia da empresa tem como objectivos a redução do consumo de recursos e seus impactos na natureza, bem como o aumento do valor dos produtos e serviços. As residências que a entidade pretende erguer deverão ter em atenção a redução da intensidade energética de bens e serviços, a diminuição da dispersão tóxica, a promoção da reciclabilidade dos materiais e a maximização do uso sustentável dos recursos renováveis, aumentando a durabilidade dos produtos.





Importância da sustentabilidade

Os seus componentes são acessíveis para a maioria das bolsas, uma vez que a aplicação das técnicas de design industrial na arquitectura habitacional contribui para o fabrico em série das matérias, permitindo a redução dos custos de produção. Os materiais usados são de elevada qualidade, pautando-se pela durabilidade aliada ao conforto. Não obstante, os preços da “Casa de Sonho” ainda não foram divulgados, pelo que só devem ser conhecidos durante a edição da Constrói. Certo é que é necessário ter poder de compra para adquirir estas residências, já que as funcionalidades e equipamentos com que estão dotadas são dispendiosos. Apesar de se tratar de um investimento caro para muitos, esta tipologia permite a muitas famílias poupar a médio e longo prazo. Uma casa que está provida com energias renováveis e com infra-estruturas que permitem a poupança energética acarreta inúmeros benefícios em termos económicos e ambientais. Desta forma, o investimento inicial compensa e, apesar dos custos iniciais, a “Casa de Sonho” traz a possibilidade de poupança durante o dia-a-dia, em que as despesas com os materiais renováveis são compensadas pela sua maior durabilidade em detrimento de outros mais baratos e mais poluentes.

O novo conceito proposto nas habitações do futuro é determinante para o desenvolvimento nacional, que começa a ter em conta as necessidades de preservar recursos vitais e perecíveis e de reduzir os níveis de poluição e impactos ambientais. A evolução das cidades será mais sustentável caso as residências tenham em consideração as problemáticas diárias e exigências da sociedade actual.

Especial Desporto

Bola de ‘ouro’



A transferência mais cara da história do futebol agitou os mercados e a sociedade. Cristiano Ronaldo vale 90 milhões de euros e é o jogador mais valioso do mundo. A injecção de dinheiro fresco por parte do Real Madrid e do Manchester United fez correr muita tinta, suscitando comentários por parte dos analistas de futebol, que consideram exageradas as quantias investidas pelos clubes, numa altura em que a crise faz tremer todos os sectores da economia e Michel Platini aconselhou prudência nos investimentos. Enquanto as formações regionais e com menos poder económico se vêm em dificuldades para pagar aos atletas e assegurar a permanência, os grandes da Europa demonstram que nem tudo vai mal no futebol.






“Um espectáculo desportivo tem características únicas como a inconsistência e a imprevisibilidade. São características que não existem em mais nenhum sector. Não se quer que um carro seja imprevisível, não queremos ir ao teatro ver o Hamlet e que toda a gente morra no fim, enquanto num evento desportivo, um jogador pode marcar um golo, na próxima semana pode marcar quatro e na próxima talvez não marque nenhum”, afirmou recentemente William Sutton.

Não é a marca comercial mais valiosa do mundo, mas encontra-se no “top ten” e desperta o maior interesse da população. É a modalidade que ocupa maior tempo de antena na comunicação social. O futebol vale 1,2 biliões de euros, a Liga dos Campeões movimenta 787 milhões e os Jogos Olímpicos valem 744 milhões de euros. A importância patrimonial revela que o futebol é mais que um desporto, é sobretudo um negócio, bastante rentável para todos os envolvidos. O Manchester United, o Real Madrid e o Barcelona são os mais valiosos. Analisando o estudo anual, efectuado pela consultora Brand Finance, as três formações valem no seu conjunto mil milhões de euros, onde o clube inglês lidera com 386 milhões de euros. A avaliação, realizada com base nas receitas oriundas da venda dos bilhetes, do merchandising, dos patrocínios e direitos televisivos, define os Red Devils como uma marca “extremamente forte”. O valor da equipa cresceu em 77 milhões de euros relativamente ao ano anterior.

Embora as duas marcas mais valiosas sejam espanholas, a Liga Inglesa é a mais representada na lista dos 20 mais importantes do mundo, contando com sete clubes. As ligas alemã e italiana surgem na lista com quatro equipas cada, enquanto França e Espanha têm apenas duas.

Marca de qualidade

O valor da marca (brand) de um clube é actualmente o seu maior activo. Símbolo de grandeza desportiva e financeira, a marca desperta o interessa das grandes empresas, que estão sempre dispostas a apostar o seu capital em mercados que lhes gerem retorno através da publicidade. O relatório da Brand Finance, “Most Valuable European Football Brands 2008” mostra que dos 20 clubes avaliados em 2.940 milhões de euros, cerca de 51 por cento desse mesmo valor diz respeito aos cinco primeiros lugares. O actual campeão europeu, Manchester United lidera a tabela, em que a marca “Man U” é conhecida à escala global.

A transferência de Cristiano Ronaldo para o Real Madrid pode alterar o ‘ranking’, recolocando a formação espanhola na liderança. “Se o estudo fosse feito no final do ano, é natural que o Real Madrid altere a sua posição”, pois “os jogadores levam todo um conjunto de merchandising atrás”, explicou Pedro Tavares da Brand Finance. O Real Madrid é a segunda marca de futebol mais valiosa, com um património de 352 milhões de euros (mais 34 milhões que em 2008). A terceira posição é ocupada pelo Barcelona, com uma avaliação de 312 milhões. As três marcas distinguem-se por serem as únicas avaliadas com o ‘rating’ AAA.

A gestão da marca desportiva é baseada em investimentos, que têm como retorno avultadas receitas. No caso do futebol, o valor dos adeptos é uma mais-valia para engrossar os lucros da marca, uma vez que a venda dos bilhetes para os espectáculos desportivos é uma fonte de dinheiro. A sondagem da Sport+Markt aponta o Barcelona como sendo a formação detentora de maior número de adeptos, com cerca de 50,3 milhões. Os clubes espanhóis são os que detêm mais seguidores, com 103,5 milhões contra os 99,2 milhões das equipas inglesas.

A competição inglesa registou ainda um crescimento recorde das receitas da Premier League. Comparativamente com o ano anterior, os clubes da liga inglesa arrecadaram 953 milhões de euros, o que permitiu investir mais na aquisição de jogadores. O campeão da primeira divisão, o Manchester United foi o clube que mais ganhou, com mais de 61 milhões de euros provenientes dos direitos televisivos. O papel da televisão ganha particular enfoque quando se trata do mercado internacional. A Ásia e o Médio Oriente são os principais consumidores de futebol europeu, cujo acréscimo da procura tem tido benefícios elevados para as ligas e respectivos clubes.

Contratações milionárias





No marketing desportivo, não são apenas as SAD e os clubes que lucram. Os jogadores são peça-chave nesta estrutura de aquisição de lucros. Bons salários e um nível de vida muito acima da média ocupam os sonhos da maioria dos jogadores, que sonham chegar à liga inglesa ou espanhola. Os africanos não são excepção. Todos desejam atingir o patamar de Manucho, que assinou pelo Valladolid após uma época no gigante inglês Manchester United. O angolano é o ídolo dos jogadores nacionais, que mesmo quando chegam ao campeonato português (que para eles simboliza um salto significativo na carreira) têm como meta profissional e pessoal alcançar as maiores marcas desportivas do mundo.

As compras “astronómicas” de Cristiano Ronaldo, Kaká e Benzema pelo Real Madrid revelam que as opções de marketing permitem obter lucros, que duplicam de ano para ano. Por outro lado, estas movimentações impulsionam indirectamente todo o mercado, incluindo os clubes mais pequenos. Veja-se o caso da compra de Benzama, cujos 35 ME cobrados pelo O. Lyon permitiram ao clube francês comprar ao Futebol Clube do Porto o Lisandro Lopez (24 ME) e Cissoko (15 ME).

Os melhores dos melhores

Estudando os 50 maiores salários auferidos por jogadores de futebol, facilmente compreende-se o motivo pelo qual os atletas angolanos preferem os campeonatos ingleses, espanhóis e italianos. É lá que se encontram os desportistas mais bem pagos do futebol. No último ano, a desvalorização da Libra fez cair no ranking algumas das estrelas da Premier League. A renovação dos contratos dos melhores atletas das ligas italianas e espanholas influenciou o topo da lista. Na última época, Ibrahimovic e Kaká (ambos da liga italiana) eram os jogadores mais bem pagos do mundo. Seguia-se Messi, do Barcelona e só no quarto lugar surgia o primeiro futebolista do campeonato inglês, John Terry. Em termos de ganhos em contratos de publicidade, patrocínios de marcas e diversos prémios, David Bechkam continua a ser de longe o jogador de futebol que mais ganha no planeta, com proveitos de 32,4 milhões de euros anuais, fruto dos contratos extra futebol.

O valor de uma camisola

Dados da Sport+Markt asseguram que os clubes alemães da Bundesliga superam os da Premier League, em termos de receitas provenientes dos patrocínios nas camisolas. De acordo com o estudo, a liderança do campeonato alemão está relacionada com o aumento da exposição dos clubes germânicos. Assim, na época 2008/09, a Alemanha (18 clubes) arrecadou 103,8 milhões de euros, através dos patrocínios nas camisolas das equipas. A Inglaterra (17 clubes) ganhou 85.5 milhões de euros, enquanto a Itália (18 clubes) auferiu 70,7 ME. Os ingleses perdem dinheiro neste âmbito, devido às dificuldades de certos clubes em encontrarem empresas patrocinadoras, que devido à crise financeira não possuem margem económica para investir no futebol.

‘Rifar’ o clube

A constante necessidade de obtenção de receitas para suportar os gastos do clube, incita os directores de marketing a procuram constantemente alternativas inovadoras para venderem os espaços de publicidade. O sistema de rifas é um método inovador de venda de espaço publicitário e é já utilizado por alguns clubes, com resultados favoráveis. O sistema funciona em diversas formas:

1)o clube quer vender o direito de naming do estádio (avaliado em um milhão de euros) por uma época. Para tal, divide o valor pretendido por 50 bilhetes de rifa, no valor de 20 mil euros cada, convidando empresas potencialmente interessadas em patrocinar o clube a comprar as que desejar. A entidade sorteada associará o seu nome e marca ao nome do estádio (método da Liga de Rugby Inglesa);

2)pode, à semelhança da Liga de Futebol Americano, criar objectivos para a aquisição de rifas, em que a empresa ao comprar dez mil bilhetes ou lugares anuais ganha um bilhete de rifa para o sorteio anual do direito de naming do estádio;

3)por último, o clube pode usar este método para encontrar um patrocínio para a camisola do clube, colocando ao dispor dos interessados 100 rifas ao preço de dez mil euros cada. O primeiro prémio consiste em estampar a marca da empresa nas camisolas do clube nos jogos efectuados em casa, o segundo prémio vale o patrocínio nas camisolas em jogos fora e o terceiro prémio equivale a um placar publicitário de destaque no estádio.

Novas tecnologias ao serviço do futebol

Atento à evolução tecnológica, o marketing desportivo encontra-se na vanguarda. O “Bluetooth Marketing” é o mais recente gerador de dinheiro, que já é explorado pelos clubes brasileiros e ingleses. O sistema caracteriza-se pela instalação de uma rede de comunicação nos estádios, que envia aos adeptos durante o jogo uma mensagem, pedindo autorização prévia para downloads de imagens, vídeos e mensagens. As receitas provêm das empresas que desejam anunciar através deste sistema. Estima-se que cerca de 1/3 dos clubes ingleses e brasileiros instalaram o mecanismo, cujos valores são negociados através da empresa detentora dos direitos, que vendem o sistema bluetooth em pacotes de publicidade, em que o clube recebe 25 por cento da receita dessa venda. Este dispositivo pode render entre 150 e 300 mil euros por época, só em jogos da liga.

União Monetária


'Novo Round'




A não integração monetária e financeira do continente é responsável pelos sucessivos avanços e recuos nas negociações com vista às parcerias económicas entre a Europa comunitária e os 54 Estados africanos

O objectivo de integração regional dos diferentes blocos tem “fracassado”, uma vez que está ainda longe a harmonização, enquadrada num acordo comum, dos equilíbrios orçamentais e da redução da inflação e da dívida pública







A integração económica e política tem sido desde sempre um objectivo para África e para o povo africano. Esse é aliás o maior desígnio da União Africana (UA), em concílio com a promoção da união no continente e a prevenção da dispersão dos países em campos rivais. O seu papel na cooperação pan-africana e na emancipação das nações tem sido exímio a todos os níveis, sendo que um dos maiores desafios actuais é precisamente a integração monetária e financeira. A sua grande debilidade tem criado obstáculos à convergência macroeconómica desejada no “continente negro”, gerando também dificuldades para a concretização das parcerias económicas definidas, há cerca de um ano, na Cimeira Europa/África.

Esta é a conclusão contida num estudo conjunto da Comissão Económica para África (CEA), órgão das Nações Unidas, e UA, em que são destacadas as dificuldades sentidas nas políticas integradas dos diferentes blocos regionais africanos. “Os países africanos estão a passar por enormes problemas para aplicar os critérios de convergência macroeconómica estabelecidos pelas comunidades económicas regionais do continente”, lê-se no documento, em que se sublinha também os obstáculos que tais disparidades provocam nas desejadas parcerias com os “27”. Essa questão é uma das razões para os sucessivos avanços e recuos nas negociações para as parcerias económicas

entre a Europa comunitária e os 54 Estados africanos, num impasse desde o fim da cimeira que se realizou em Lisboa em Dezembro de 2007. No estudo, intitulado “Estado da Integração Regional em África”, foram analisados os planos macroeconómicos e financeiros da Comunidade Económica e Monetária da África Central (CEMAC), União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA) e Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Subjacente à criação da UA, o objectivo de integração regional dos diferentes blocos tem “fracassado”, uma vez que está ainda longe a harmonização, enquadrada num acordo comum, dos equilíbrios orçamentais e da redução da inflação e da dívida pública. Nesse sentido, a segunda fase do Centro Africano para as Políticas Comerciais (CAPC) ficou mandatado de identificar uma nova estratégia global, tendo como pano de fundo a definição de critérios para a negociação de acordos comerciais regionais, como as parcerias económicas com a UE e de livre comércio com outras regiões ou blocos. Cabe agora ao CAPC dar às comunidades económicas e evitar a todo o custo a exclusão da economia global, acertar o passo com o resto do mundo, criar condições de bem-estar económico, lançar as bases de uma paz social alargada e promover a estabilidade política tanto nacional, como regional. Um desafio enorme que

África enfrenta através de uma transformação progressiva para uma economia aberta, dinâmica, autosustentada e inserida de modo dinâmico na economia mundial. O salto na taxa de crescimento económico do continente, de 1.4% no período 1990/1994, para 4%, em 1995 e 5% em 1997 é o resultado desse esforço e sinal da seriedade que muitos dos novos governantes africanos põem na prossecução do seu objectivo de integrar África na economia mundial.

O fluxo de capital privado estrangeiro captado por vários países africanos - no valor de cerca de 12 biliões de dólares - embora ainda muito aquém do desejável, traduz também o sucesso já obtido na execução de políticas económicas adequadas e rigorosas e é igualmente um sinal de confiança, que reforça o optimismo em relação ao futuro. Taxas de crescimencas regionais a possibilidade de criar capacidades comerciais integradas e outras globais a todos os agentes económicos. Paralelamente,

são apresentadas “recomendações” para que os governos africanos integrem os objectivos macroeconómicos nas suas estratégias nacionais de desenvolvimento e que “dêem prova de sentido de responsabilidade” na elaboração dessas políticas, definindo as suas próprias prioridades em matérias como as taxas de câmbio e de juro e ainda a política orçamental.





Século da mudança

Reformas estruturais têm sido levadas a cabo com relativo sucesso em diversos países do continente. Políticas tendentes à liberalização de mercados, à promoção do sector privado e à transição para a economia de mercado estão a ser implementadas um pouco por toda a África, coadjuvados com a adopção de critérios de rigor na gestão macroeconómica e na criação de um ambiente favorável ao investimento directo externo. A infraestruturação económica do continente avança, designadamente nos domínios dos transportes, das telecomunicações, da energia, água e saneamento; atenção especial começa a ser dada à ciência e tecnologia e à valorização dos recursos humanos, na perspectiva da formação, da promoção da saúde e da luta contra a pobreza; a integração económica e financeira consolidou-se e aprofundou-se em algumas regiões. O objectivo passou a ser o valor económico de 7%, 10% e 12% em alguns países do continente africano - comparáveis aos dos chamados tigres da Ásia - retiram fundamento a pessimismos em relação à possibilidade do progresso em África: o sentimento crescente é o de que também é possível obter bons resultados económicos, e com eles, a prazo vencer a pobreza. O que está a ser feito no Gana, no Botsuana, no Uganda, no Burkina-Faso, em Moçambique, em Cabo Verde e noutros países africanos, engajados na modernização e no desenvolvimento, é disso prova. O esforço de renovação é tão grande que os países industrializados não podem deixar de o notar. A evolução é encorajadora.

Começam a existir, cada vez mais, pólos de democracia no continente, com um certo nível de desenvolvimento económico - como é o caso de Angola, que exerce uma influência positiva, a um tempo catalizadora e estabilizadora nos sistemas políticos africanos e no desenvolvimento de África. Reestruturação do Estado e do seu papel, democratização, boa governação, desenvolvimento dos recursos humanos, um ambiente institucional, legal e social incentivador do investimento privado, gestão macroeconómica rigorosa, infraestruturação, integração regional e uma conjuntura internacional favorável ao investimento directo externo e a uma cooperação alargada que permita a transferência de tecnologia e de saber-fazer são vias exequíveis, e nalguns casos, já em curso, que levarão o continente africano a vencer, desta vez, o grande desafio do desenvolvimento.

A boa vizinhança e o diálogo regional devem, por isso, prevalecer, assegurando um clima de estabilidade e de distensão permanentes. As dificuldades encontradas são ainda relevantes, mas é incontornável que se está a proceder a avanços na modernização do continente, pelo que a sua economia, encabeçada por diversos países, está a integrar-se de uma forma dinâmica e sustentada na economia mundial.

Especial Desporto



Há crise no desporto?


O marketing é ferramenta essencial para o sucesso do desporto. O poder das marcas, que investem nos atletas e clubes, as receitas publicitárias, de merchandising e direitos televisivos, os patrocínios e prémios são os motores de todos os sectores de negócio e o desporto não é excepção. Estes factores são decisivos para manter a máquina em funcionamento. Mas o marketing desportivo não se resume apenas ao futebol. Movimenta todas as modalidades, em que a fórmula 1, o ténis e o golfe geram lucros, que ultrapassam o imaginável.

Num período em que a crise financeira mundial é tema de conversa diária, existe um sector da economia que não parece sofrer dos males internacionais, representando um nicho de mercado que vive num tempo e realidade próprios, onde as transferências milionárias fazem corar os mais cépticos. Veja-se o caso do futebol, cujo mercado das transferências foi notícia na imprensa mundial. Apenas o Real Madrid investiu cerca de 200 milhões de euros para renovar a equipa para a época 2009/ 2010. Contudo, se os valores movimentados neste meio são considerados para além do razoável, o futebol europeu não é a marca desportiva mais valiosa.

A Sport Magazine revelou recentemente que a Fórmula 1 é, em valor, uma das competições e modalidades com maior valor comercial do mundo. A National Footeball League (futebol americano) ocupa o ranking da lista, com 3,2 biliões de euros. Seguem-se a Major League Baseball (Liga de Basquetebol americana) com 2,8 biliões de euros e a NBA (Liga de Basquetebol), com 2,4 biliões de euros. A Fórmula 1 vale 1,7 biliões de euros.

‘Marca’ Ferrari supera Fórmula 1

As grandes escudeiras como a Ferrari ou a McLaren investem anualmente 450 milhões de euros e pilotos de topo, como Fernando Alonso ou Kimi Räikkönen ganham 30 milhões de euros por época. Os patrocinadores também investem quantias exorbitantes, uma vez que este campeonato está no topo das audiências televisivas internacionais, com uma base de fãs cada vez mais transversal em todo o mundo. O retorno para os patrocinadores é bastante lucrativo.





As estimativas realizadas no início da temporada da F1 revelam que a competição de alto nível é um mercado rentável. Analisando o valor de cada equipa no actual campeonato do ponto de vista comercial e patrimonial, ou seja, os pilotos e respectivos contratos, os preços dos patrocínios que angaria e o impacto dos direitos de transmissão televisiva, a Ferrari ocupa o topo da lista, com 550 milhões de euros. Seguem-se a McLaren (400 milhões de euros), a Renault (280 ME), a BMW (230 ME), a Toyota (225 ME) e a Williams (220 ME). Curiosamente, as equipas menos valiosas, em termos comerciais, dominam actualmente as corridas, pelo que o seu valor patrimonial é agora superior.

De acordo com a revista britânica Sports Pro, a Ferrari é a sétima propriedade desportiva mais valiosa do mundo, com uma avaliação de 1,5 biliões de dólares. Aliás, a marca de Maranello vale ainda mais que a própria modalidade onde está inserida (F1) e que os ‘reis’ do futebol, o Manchester United e o Real Madrid. A venda de Cristiano Ronaldo por 94 milhões de euros ao Real Madrid fez agitar os mercados, mas em termos de retorno mediático global nenhuma marca, equipa, competição ou jogador de futebol consegue suplantar a NASCAR e a Ferrari.

O investimento de 250 mil dólares realizado para o GP da Austrália por Richard Branson na Brawn GP permitiu à marca Virgin um retorno de dez milhões de dólares em cobertura televisiva, relativamente a esse evento. A publicação “Sports Pro” calculou que a Brawn ocupou 42.38 minutos da transmissão televisiva durante a qualificação e a corrida e que durante esse período os logótipos da Virgin estiveram ‘em exibição’ durante 8.56 minutos. Daí em diante, o contrato de 250 mil dólares por corrida tem sido um negócio das arábias para Branson, patrão da Virgin. À procura de um patrocinador principal, encontra-se a USF1, que tem tentado seduzir o You Tube, uma marca com ‘alto perfil’ e capacidade financeira para o desenvolvimento do projecto da pequena equipa norte-americana.

A venda de Cristiano Ronaldo por 94 milhões de euros ao Real Madrid fez agitar os mercados, mas em termos de retorno mediático global nenhuma marca, equipa, competição ou jogador de futebol consegue suplantar a NASCAR e a Ferrari.

Elites valiosas





Se o FIFA World Cup é o campeonato mais valioso, em termos de acontecimentos anuais, o torneio de ténis de Wimbledon surge em primeiro no ranking geral, avaliado em 900 milhões de dólares. Os tenistas também possuem cotações altas. De uma maneira geral, um jogador não participa em mais de vinte torneios anuais, apesar de se organizar mais de 60. Os melhores atletas são os mais disputados e, curiosamente, os que jogam menos. Tenistas como Federer disputam obrigatoriamente os torneios essenciais. Os restantes não são necessários e obviamente têm cotações. João Lagos, mentor e responsável do Estoril Open, em Portugal, conseguiu trazer a vedeta internacional ao último evento (em 2008) e reconhece que não é fácil requisitar os tenistas de topo. Tal implica um bom cachet e muita habilidade. Conseguir a participação de Federer numa das competições fora do círculo obrigatório custa entre meio milhão e um milhão de euros. No caso do Estoril Open, como não podia aumentar o cachet, João Lagos propôs que dez por cento do mesmo fosse para uma fundação que o atleta possui para ajudar crianças na África do Sul. O responsável do evento admite, por outro lado, que no Estoril Open, o lucro da bilheteira corresponde apenas a dez por cento da receita global. O restante é assumido pelos direitos de transmissão televisiva e pelos patrocínios da empresa de telecomunicações PT e do banco BES. Em termos de desportistas individuais, é no golfe que surgem os atletas mundiais mais caros. A modalidade surge no topo, graças a Tiger Woods.

Particularidades desportivas

Os adeptos são factor determinante e a estratégia de gestão da marca tem que estar adaptada à realidade de cada país, aos valores de cada clube e às necessidades dos seus seguidores. Esta é a opinião da maior referência mundial nesta matéria, William Sutton. O especialista não tem dúvidas de que o marketing desportivo é diferente de tudo, pois lida com a imprevisibilidade e as emoções das pessoas, o que traz proveitos. O segredo está em concentrar-se nas extensões do produto, encarando as novas tecnologias e as crianças como aliados de peso na definição do marketing de uma modalidade.

William Sutton defende que o desporto será “um negócio de entretenimento”, pois “devido à situação económica que se vive, será mais visto como um negócio, porque tem de fazer economicamente sentido para os investidores e patrocinadores”. Em entrevista à revista ‘Marketeer’, o gestor entende que o bom profissional de marketing desportivo é o bom observador. “Se visitar a página da internet dos Phoenix Suns, uma equipa da NBA, vai ver um balneário virtual, onde é possível encontrar diferentes tipos de produtos e ao clicar sobre esses produtos navega directamente para a respectiva página (ex. McDonalds, Coca-Cola, etc.) e pode comprar o bilhete para o jogo já com uma bebida ou jantar incluído e depois no estádio é muito prático para utilizar. Com isso, ganham milhões de dólares. Viram uma oportunidade de ganhar dinheiro e aproveitaram-na”, exemplificou. A inclusão das mulheres no mundo do desporto é igualmente uma oportunidade de mercado, uma vez que estas se interessam por diferentes partes do produto.

Investimento

Petrobrás quer investir três milhões até 2012





A empresa petrolífera brasileira “Petrobrás” pretende atingir, no mercado angolano, até 2012, um investimento estimado em Usd 3 biliões, superando os actuais dois biliões, informou o embaixador do Brasil em Angola, Afonso Cardoso, em declarações à Angop.
A informação foi avançada durante a intervenção do diplomata brasileiro no seminário sobre oportunidades de negócios, investimentos e cooperação Angola/Brasil, que se realiza no âmbito da missão empresarial do nordeste do Brasil às repúblicas de Angola e da África do Sul, que decorre de 10 a 22 deste mês.
De acordo com o embaixador Afonso Cardoso, depois do Brasil, Angola é o país onde a Petrobrás realiza mais prospecções, numa demonstração do empenho da empresa em contribuir no desenvolvimento do país, embora reconheça a necessidade de diversificação da sua economia, actualmente muito dependente do petróleo.
De acordo com a fonte, a par do crescimento dos investimentos brasileiros em Angola urge criar-se condições para o desenvolvimento das aplicações dos angolanos no Brasil, pois reconhecem potencialidades nos investidores angolanos. Para tal, acrescentou, o governo brasileiro prevê intensificar a cooperação com Angola nos domínios da capacitação, formação e qualificação de quadros, factor que considerou preponderante para agregar valores à economia brasileira.
“Deveria aliar-se os propósitos dos dois países consubstanciados na diversificação da economia angolana e na agregação de valores à economia brasileira, pelo aumento dos índices de exportação de produtos brasileiros”, sustentou o diplomata.
Segundo afirmou, as relações económica e comercial Brasil/Angola cresceram muito desde 2002, quando o volume de exportações entre os dois países rondava os Usd 200 milhões. Em 2008 o valor cifrou-se em quatro biliões 300 milhões de dólares norte-americanos.
Para o embaixador do Brasil, esse aumento significativo no valor das exportações entre os dois países mostra o quanto tem sido intensa a cooperação entre empresas brasileiras, em Angola, e angolanas, no Brasil.

Economia

Bolsa de Valores deverá arrancar no próximo ano


O ministro conselheiro da embaixada de Angola em Portugal, Rui Xavier, afirmou hoje que a bolsa de valores em Angola deverá iniciar o seu funcionamento durante o próximo ano, uma vez que a crise mundial impediu que a sua abertura ocorresse no primeiro trimestre deste ano.

"A bolsa de valores funcionará em Luanda, já tem edifício e o arranque deverá acontecer em 2010", anunciou o responsável. Questionado pela Lusa sobre a legislação que permitirá operações de 'factoring' e 'leasing' por parte do sistema financeiro, Rui Xavier garantiu que este ano a sua aplicação "não será possível", uma vez que Angola é um país jovem e estes novos instrumentos devem ser feitos com muitas qualidade e rigor. "Pensamos que no próximo ano, se estiverem reunidas todas as condições, é vontade do governo angolano que estes pacotes [factoring e leasing] sejam postos em execução", garantiu.

O diplomata considerou que o 'factoring' além de permitir uma melhor gestão da liquidez das empresas irá encurtar os prazos de pagamento beneficiando a actividade económica.

Estratégia


País promove-se como plataforma para investimento na África Austral


O ministro conselheiro da embaixada de Angola em Portugal, Rui Xavier, defendeu hoje que Angola constitui uma plataforma para os empresários portugueses investirem noutros países da África Austral. "Angola lançou a ideia de vir a ser uma plataforma para as empresas portuguesas se instalarem no país e, depois de consolidada a sua actividade, estenderem os seus serviços a outros países da região", esclareceu à agência Lusa o diplomata.

Namíbia, Africa do Sul, Zimbabué, Botswana e Congo Democrático poderão ser alguns dos países a apostar. Rui Xavier, que falava à margem da conferência "Oportunidades de Negócio e Investimento em Angola" - que hoje decorre na Associação Empresarial da Região de Lisboa (AERLIS) -, apelou apelou às empresas portuguesas para "reforçarem as exportações" e aumentarem o investimento no sector não petrolífero, nomeadamente em infra-estruturas, tais como escolas, barragens, entre outros.

"Portugal tem um leque de possibilidades muito diversificado para investir em Angola, mas os empresários angolanos devem seleccionar muito bem estes investimentos, dirigindo-os para áreas como as pescas, a indústria ou o meio ambiente", frisou.

O diplomata destacou o clima de "óptima" relação entre os dois países tendo destacado que os investidores angolanos trouxeram "uma lufada de ar fresco" à área financeira em Portugal. Rui Xavier considerou que as empresas devem ir cada vez mais para Angola com a intenção de se fixarem e não com a ideia de investimentos pontuais. "O envio de contentores já morreu. Nós precisamos de criar empresas que criem trabalho, desenvolvam e façam crescer o país e que possam depois ter alguma mais-valia", concluiu.