Diplomacia

PR visita o Brasil no início de 2010

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, visita oficialmente o Brasil nos primeiros meses de 2010, anunciou hoje a Rádio Nacional deAngola, sem especificar a data. Esta deslocação de José Eduardo dos Santos ao Brasil, a convite do seu homólogo brasileiro, responde à visita que Luiz Inácio Lula da Silva efectuou a Angola em 2007.

Várias fontes diplomáticas contactadas pela Lusa apontam Fevereiro como mês provável para a visita, ainda sem data marcada. Não foram divulgados quaisquer detalhes sobre a agenda do Chefe de Estado para esta deslocação ao Brasil.

O anúncio da visita aconteceu no dia em que o ministro de Estado, da Indústria e do Comércio do Brasil, Miguel Jorge, deixou Luanda após uma visita de dois dias, acompanhado de uma comitiva de 90 empresários que visou o reforço das transacções comerciais entre os dois países.

Cultura

Escritor João Melo vence Prémio angolano de Cultura

O escritor João Melo venceu, na categoria de literatura, o Prémio Nacional de Cultura e Artes 2009, atribuído pelo Ministério angolano da Cultura, informou hoje a Editorial Caminho, que publica o autor em Portugal.

João Melo - que foi distinguido pelo conjunto das suas obras em poesia e ficção - vai receber cerca de 23.400 euros, valor do galardão que já distinguiu outros escritores publicados em Portugal, caso de José Luandino Vieira (em 2008) ou Ana Paula Tavares (em 2007).

O autor angolano vai estar em Lisboa para a apresentação do seu novo livro, "O Homem Que Não Tira o Palito da Boca", prevista para 24 de Novembro, pelas 18:30, na livraria Pó dos Livros.

Nesta obra, os narradores da dezena e meia de histórias focam "a podridão familiar, política, económica, o quotidiano de miséria, prostituição, indecência, malfeitoria e sacanice (no Sambila e outros bairros) de pobres diabos e cidadãos abandonados pelos coevos", revela Pires Laranjeira, Professor de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, num texto sobre o livro.

João Melo nasceu em 1955 em Luanda, onde vive, estudou Direito em Coimbra e na capital angolana e licenciou-se em Jornalismo no Brasil, onde concluiu um mestrado em Comunicação e Cultura. Além de escritor, é jornalista, publicitário, professor universitário de Comunicação e deputado à Assembleia Nacional de Angola.

Com 35 anos dedicados ao jornalismo, trabalhou na Rádio Nacional de Angola, dirigiu a Agência Angola-Press e o Jornal de Angola, assim como o Correio da Semana, primeiro jornal angolano privado pós-independência.

Colaborador da imprensa em Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, criou, em 2006, a revista África 21, que dirige, e, em 2008, recebeu o Prémio Maboque de Jornalismo, a maior distinção jornalística de Angola.

Membro fundador da União de Escritores Angolanos, é autor de 12 livros de poesia, entre os quais "A Luz Mínima" (2004) ou "Todas as Palavras" (2006), cinco de contos, caso de "Filhos da Pátria" (2001), e do ensaio "Jornalismo e Política" (1991), estando editado em Angola, Portugal, Brasil e Itália e tendo textos traduzidos para inglês, mandarim, alemão, italiano e húngaro.

Em 2010, para assinalar os 40 anos de vida literária de João Melo, a Caminho prevê finalizar a publicação de um conjunto de cinco antologias temáticas da poesia do autor. A primeira, "Auto-Retrato", saiu em 2007.

Dia da Independência

Políticos avaliam o período pós-Independência

Dirigentes de partidos políticos consideraram hoje, em Luanda, que, com a conquista da Independência Nacional, os angolanos ganharam dignidade, soberania, cidadania e liberdade.

Em entrevistas à Angop, no Largo da Independência, durante o acto central das comemorações 11 de Novembro, a nível de província de Luanda, os políticos afirmaram que a independência conferiu aos cidadãos o direito de posse da sua pátria, bem como de dirigir os seus próprios destinos.

Para o vice-presidente do MPLA, Roberto Victor de Almeida, o país está a caminhar para uma era onde o povo pode esperar por dias melhores, devido a evoluções positivas nas esferas económica, política e social.

A secretária nacional da Organização da Mulher Angolana (OMA), Susana Inglês, destacou as transformações de infra-estruturas, formação de quadros em vários níveis, para o bem de todos os angolanos. Por sua vez, o presidente da FNLA, Ngola Kabango, qualificou como ganhos da independência a preservação da integridade territorial. “ Estamos em paz há sete anos, agora o que nos resta é carregar as baterias e corrigir os erros para uma vida, cada vez mais, condigna”, frisou.

Saúde

Primeiro-ministro inaugura Hospital Provincial do Huambo

Paulo Kassoma inaugurou hoje o Hospital Provincial do Huambo. O acto inseriu-se nas comemorações do 34º aniversário da proclamação da independência nacional, cujo acto central tem lugar nesta cidade. A unidade hospitalar beneficiou de obras de restauro desde 2006, no âmbito da linha de crédito do governo chinês, cujo valor empregue é de 33 milhões de dólares norte-americanos.

Segundo declarações do director do hospital, João Chicoa, à Angop, a unidade tem uma capacidade de internamento de 700 pacientes, contando com 899 trabalhadores entre pessoal médico e administrativo. O responsável explicou que são prestados vários serviços, com destaque para medicina geral, cirurgia, ortopedia, pediatria, ginecologia, oftalmologia, otorrinolaringologia, estomatologia, entre outros.

A unidade visa prestar um atendimento humanizado a todos os utentes com pessoal qualificado e habilitado em todas as equipas profissionais, com utilização de tecnologia moderna e logística actualizada para reduzir a morbimortalidade na região. Pretende tornar-se num hospital de referência no planalto central nos próximos cinco anos, assim como criar incentivos ao desenvolvimento na pesquisa e ensino, preservação da imagem e história da unidade. No hospital trabalham médicos angolanos, cubanos, russos, vietnamitas, zambianos e egípcios.

Segurança

Ministro do Interior destaca evolução da Polícia Nacional

O ministro do interior, Roberto Leal Monteiro “Ngongo” considerou hoje, em Luanda, a evolução registada pela Polícia Nacional da era colonial, para uma corporação, após a conquista da independência, em 1975, como um “grande feito”.

Em declarações à Angop, no município da Ingombota, por ocasião dos 34 anos da Independência Nacional, definiu o referido crescimento como uma “grande vitória”, tendo mantido uma verticalidade, organização e disciplina onde o Comando da Polícia, nunca foi colocado em causa. Da mesma forma, destacou a organização e o reequipamamento do Serviço Nacional de Bombeiros com meios modernos e efectivos profissionais, bem como o melhoramento de condições em infra-estruturais dos estabelecimentos prisionais.

O governante acrescentou que, apesar da existência de estabelecimentos prisionais antigos, do tempo colonial, está a ser feito algum trabalho para a construção e reabilitação de infra-estruturas, lembrando ainda a existência de uma nova Lei do Regime Jurídico de Estrangeiros, que permitirá um maior controlo de entrada, permanência e saída de cidadãos de outros países.

De acordo com o ministro, a criação do Instituto Médio e Superior de Ciências Policias, bem como a formação de efectivos dentro e fora do pais, nos vários ramos e a modernização da polícia de ordem pública, constituem outros grandes ganhos da independência.

O ministro do Interior participou na cerimonia de homenagem ao primeiro presidente da Republica de Angola, no Largo da Independência, com a deposição de uma cora de flores, um acto que centralizou a efeméride a nível da província de Luanda.

Comério

Presild cria vinte postos de trabalho

O Programa de Reestruturação do Sistema de Distribuição de Produtos Essenciais à População (Presild) vai oferecer no município de Cacuso (75 quilómetros a nordeste da cidade de Malanje) vinte novos postos de emprego, informou o director geral para a informação do Presild em Malaje, Fernando Finda.

Em declarações à Angop, o responsável referiu que os novos empregos estarão disponíveis a partir de Janeiro de 2010, mas os testes de admissão foram já realizados e contaram com a participação de 34 candidatos. Informou ainda que a formação será dividida em duas fases, sendo uma teórica e outra prática/operativa. Realçou que os candidatos aos cargos de chefia receberão formação específica na capital do país, Luanda. Fernando Finda precisou que a loja do Presild, em Cacuso, comportará um talho, uma padaria e kitanda. Vai funcionar em dois turnos, um das 7 às 14 e outro das 14 às 20 horas.

O Cacuso prevê assim inaugurar o primeiro estabelecimento do Presild, a nível local, no final de Janeiro de 2010.

Crise Económica

Embaixadora angolana explica plano para contenção da crise económica

A embaixadora angolana nos EUA, Josefina Pitra Diakite, explicou em Syracuse, Estados Unidos da América, a estratégia adoptada por Angola para prevenção da recessão económica e continuar a implementar o seu programa de reconstrução nacional.

A diplomata participou num seminário americano, como oradora principal numa mesa redonda sobre “Africa – Oportunidades de Desenvolvimento de Negócios e Investimento”. “Apesar dos efeitos da crise económica mundial, que afecta profundamente as economias da maioria das nações africanas, Angola adoptou uma estratégia macro-económica no sentido de prevenir a recessão económica e continuar a implementar o programa de reconstrução e reabilitação nacional do Governo”, explicou.

De acordo com o enviado da Angop, Josefina Pitra Diakite deu aos participantes uma panorâmica sobre as oportunidades de negócios e investimento em Angola, um país cuja estrutura económica está a crescer e a diversificar-se para além do sector petrolífero. Mencionou ainda a agricultura, indústria transformadora, construção, turismo, transportes, energia, educação e saúde como alguns dos sectores em que o Governo de Angola aposta para a diversificação das relações de cooperação com os EUA.

A responsável aproveitou a ocasião para chamar a atenção dos investidores americanos para não perderem as vantagens do actual clima de negócios no continente em geral e em Angola em particular, para benefício mútuo. Josefina Pitra Diakite fez uma abordagem sobre os desafios que os países africanos de uma maneira geral têm de fazer face, podendo estes representar em alguns casos grandes oportunidades de negócio e investimento.

O certame, organizado pelo Programa Africano de Negócios (Africa Business Program) da Escola Whitman de Gestão da Universidade de Syracuse, realiza-se anualmente para dar oportunidade aos seus estudantes de tomarem contacto com personalidades do continente que possam endereçar os temas do seu currículo escolar.