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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Literatura


Luandino Veira recusou "Prémio Camões 2006" por ter estado 30 anos sem escrever um livro


O escritor angolano Luandino Vieira, que recusou em 2006 receber o Prémio Camões alegando "razões pessoais e íntimas", explicou hoje, no Algarve, que não aceitou a recompensa por ter estado 30 anos sem escrever e não gostar de dinheiro. "Quando me vêm atribuir o prémio eu estava há 30 anos sem escrever um livro e essa minha escolha tem um preço... Considerei que era uma injustiça para com os colegas que trabalharam e se esforçaram ao longo desses anos", admitiu Luandino Vieira, à margem da cerimónia de apresentação da sua mais recente obra, "O Livro dos Guerrilheiros", uma iniciativa que decorreu na Biblioteca Municipal de Loulé.
Na altura e segundo uma nota do Ministério da Cultura, o escritor Luandino Vieira justificou a decisão de não aceitar o maior galardão literário da língua portuguesa evocando "razões pessoas, íntimas" mas, esta noite, em Loulé, depois de questionado pela plateia, concretizou que a sua recusa estava também relacionada com o facto de "não gostar de dinheiro".
O escritor angolano contou que a sua homenagem a Luís Vaz de Camões é feita todos os anos, dia 10 de Junho, quando, num acto simbólico, convida o autor de "Os Lusíadas para almoçar num restaurante.
"O Livro dos Guerrilheiros" centra-se em Angola e no povo angolano durante o quadro da libertação daquele país - entre 1961 e 1974 - e conta a história de meia dúzia de guerrilheiros de uma primeira coluna, numa acção de recuo e em que um desses homens é julgado pelos seus pares e condenado à morte por enforcamento, refere o escritor.
Luandino Vieira, 74 anos, que participou no movimento de libertação nacional e contribuiu para o nascimento da República Popular de Angola, acrescentou que este livro é baseado tanto em "histórias vividas por ele, como histórias que lhe foram contadas" mas sublinhou que é na "imaginação que tudo se resolve".
"O livro foi escrito mergulhando nas memórias", afirmou, adiantando que muitas das suas influências vêm de Camões, Homero mas também da sétima e da nona artes, do Cinema e da Banda Desenhada, respectivamente.
O autor admite que gostou muito destes textos. "No final de os escrever acordei de mim próprio, porque antes de os escrever adormeci em mim próprio", disse.
Aos leitores, Luandino confessa que os seus livros não devem ser de fácil leitura e, por isso, recomenda que sejam lidos devagar: "Um parágrafo, uma linha por noite, como quando se lêem versículos da Bíblia".
O "Livro dos Guerrilheiro é o segundo de uma espécie de trilogia intitulada "Rios Velhos e Guerrilheiros" e cujo primeira obra foi publicada em 2006 e teve o título de "Livro dos Rios.
A terceira obra, caso seja concretizada, terá o título de "Ela e os Velhos", uma homenagem à mulher angolana durante a luta de libertação do povo angolano mas, para já, Luandino Viera explica que embora saiba o que escrever por ter o material, ainda lhe falta descobrir "o como".
"Talvez descubra por anunciação. Talvez sonhe com a forma", lança, com alguma melancolia.
Editado pela Caminho, o livro de narrativas distingue-se pela forma como são contadas as histórias, ora se encontrando ritmos que recordam a poesia de Camões ou de Homero mas onde também se pode perceber algumas semelhanças com a "Peregrinação" de Fernão Mendes Pinto no tom de abertura da obra.
José Luandino Vieira nasceu na Lagoa do Furadouro (Portugal) em 4 de Maio de 1935 mas passou toda a infância e juventude em Luanda, onde frequentou e terminou o ensino secundário. Esteve mais de uma década preso durante o regime salazarista, passando oito anos no Campo de Concentração do Tarrafal (Cabo Verde).
"A Guerra dos Fazedores de Chuva com os Caçadores de Nuvens Guerra para Crianças" ou "A vida verdadeira de Domingos Xavier" são outras das obras do escritor Luandino Vieira.

Finanças


FMI afasta cenário de recessão


O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a economia de Angola cresça 0,2 por cento este ano e 9,3 por cento em 2010, afastando a anterior previsão de recessão, tal como já havia feito o Banco Mundial.
A revisão em alta da previsão do FMI (a anterior era de uma contracção de 3,6 por cento) consta do "World Economic Outlook", hoje divulgado, mas ainda se afasta dos números do Governo angolano, na base do Orçamento de Estado revisto para este ano (6,1 por cento). A previsão do FMI para o continente africano é de um crescimento económico de 1,7 por cento em 2009 e de 4,0 por cento em 2010. Na África Austral o crescimento deverá ser nulo este ano, recuperando para 6,1 por cento no próximo ano.
"O crescimento em África abrandou significativamente em resultado do colapso do comércio e dos distúrbios nos mercados financeiros globais, mas deverá recuperar o andamento à medida que se processa a recuperação económica", refere o relatório hoje divulgado pelo FMI.
Os países produtores de petróleo como Angola, salienta, são dos mais afectados em 2009, devido à forte quebra de receitas no início do ano.
A inflação angolana deverá acelerar para 14 por cento este ano e 15,4 por cento em 2010. As contas correntes só voltarão a terreno positivo em 2010 (2,2 por cento), sofrendo um défice de 3,4 por cento este ano.
Para o FMI, o cenário está ainda sujeito a "significativa incerteza", nomeadamente porque uma recuperação económica global mais lenta do que o esperado poderá atrasar a recuperação do preço das matérias-primas e as receitas, remessas e investimento directo estrangeiro.
A melhoria das perspectivas para a produção petrolífera angolana em 2009 levaram também o Banco Mundial a rever em alta as previsões para o crescimento económico do país afastando o cenário de recessão.
A última previsão é nula, mas os economistas do Banco Mundial em Luanda acreditam que o crescimento angolano poderá até ser positivo, se o sector petrolífero crescer mais de 10 por cento.
O preço do petróleo subiu e a produção de petróleo angolana inscrita no Orçamento de Estado revisto, 1,8 milhões de barris diários, está apenas 6,5 por cento abaixo da registada no ano passado.
A recuperação do sector petrolífero angolano levou também o Banco BPI a rever em alta previsões para o PIB angolano em 2009, para menos 2,0 por cento, enquanto o Governo angolano espera um crescimento de 6,1 por cento.
No segundo trimestre de 2009, o preço internacional do petróleo inverteu a tendência de queda, e Angola conseguiu manter níveis de exploração petrolífera próximos de 1,7 milhões de barris diários, acima da quota fixada pela OPEP.
Segundo dados do Ministério das Finanças angolano, em Janeiro, o preço do petróleo angolano rondava os 39 dólares, tendo subido para 55,9 dólares em Maio.
Em Fevereiro, o BPI previa uma quebra do PIB na ordem dos cinco por cento em 2009, com o sector petrolífero a recuar 14 por cento e o não-petrolífero a subir ligeiros quatro por cento.
No ano passado, Angola registou dos mais elevados ritmos de crescimento económico do mundo - 15 por cento, aproximadamente, graças aos preços-recorde do petróleo acima dos 140 dólares e a um nível de produção próximo dos 2 milhões de barris diários.

Economia

Governo liberaliza sector da refinação de petróleo


O Conselho de Ministros angolano aprovou hoje a liberalização do sector da refinação de petróleo, abrindo as portas a um mercado que actualmente é exclusivo da petrolífera Sonangol, que gere a única refinaria do país, a norte de Luanda.
O Conselho de Ministros, segundo um comunicado divulgado pela imprensa estatal angolana, definiu ainda a liberalização, também no sector dos petróleos, do armazenamento, transporte e distribuição, áreas igualmente controladas pela Sonangol, embora na distribuição a operadora angolana tenha como sócia a portuguesa Galp, na Sonangalp.



Esta decisão surge quando o Estado angolano se prepara para arrancar, em 2012, com uma segunda refinaria no país, situada na província de Benguela, Lobito, com um investimento estimado em cerca de oito mil milhões de dólares.
Para o Zaire, na região do Soyo, está prevista uma terceira refinaria, embora sem calendário para a sua construção.
A actual refinaria de Luanda tem capacidade para refinar 35 mil barris de petróleo por dia, muito abaixo das necessidades do mercado, levando a que o país importe cerca de 90 por cento dos combustíveis refinados que consome.
Cada uma das duas unidades que estão previstas para Benguela e Zaire deverá ter capacidade para cerca de 200 mil barris/dia.
Angola é actualmente o maior produtor de petróleo africano a sul do Saara, com potencial de produção de dois milhões de barris/dia, embora as quotas impostas pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) levem a que esta produção se confine a cerca de 1,7 milhões.

Cultura


Mário Tendinha expõe no Centro Cultural Português de Luanda


O pintor Mário Tendinha tem a partir de hoje uma exposição no Instituto Centro Cultural Português-Instituto Camões (CCP-ICA) de Luanda onde, através da pintura e instalações, pretende mostrar as vivências do povo angolano. A exposição "NGOLA Mirrors", com peças feitas em papel e tinta, roupas velhas e espelhos, abre ao público às 18 horas.
Denominada "NGOLA Mirrors", a exposição é "um espelho da sociedade" e da "dura e incansável batalha diária", pode ler-se numa nota do CCP-ICA citando Mário Tendinha, descendente de portugueses nascido em 1950 na antiga cidade de Moçâmedes, actual Namibe.
"NGOLA Mirrors", avança a mesma nota, surge na esteira da linha estética que Mário Tendinha busca, com novos elementos, entre "a simplicidade do desenho, a subtileza do traço e a visão de conjunto". Mário Tendinha começou como autodidacta aos 18 anos, teve filiação política no MPLA e é actualmente gestor de empresas. Frequentou ateliers e workshops no Ar.Co, em Lisboa e Almada, e na Cooperativa Árvore no Porto. Esteve 25 anos sem pintar e retomou em 2003, permanecendo no total 28 anos sem expor.


Cidadania


PR regressa ao bairro onde nasceu para obter novo bilhete de identidade


José Eduardo dos Santos foi o primeiro cidadão nacional a obter o novo bilhete de identidade, cujo acesso passa, desde hoje, a ser possível "na hora". O Presidente da República afirmou, após receber o documento, ser "um orgulho" para o país poder ter este moderno sistema de emissão na hora do bilhete de identidade.
O dirigente da nação foi hoje ao Sambizanga, bairro de Luanda onde nasceu há 67 anos, para ser o primeiro angolano a receber o novo modelo de bilhete de identidade. Eduardo dos Santos apelou a todos os angolanos que renovem o documento porque isso permite acabar com uma das "grandes lacunas" do país que é a identificação dos seus cidadãos.
Na deslocação de José Eduardo dos Santos participaram vários membros do Governo, o Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, e o primeiro-ministro, Paulo Kassoma, e a comitiva era aguardada por centenas de populares.
O novo BI angolano deixou de ter a designação da raça do indivíduo, até aqui descriminados por negros, brancos ou mestiços, bem como a altura daqueles que não têm as medidas consideradas "normais".
Inicialmente só a província de Luanda tem este sistema montado de emissão do BI na hora, garantindo as autoridades que até ao fim do mês de Outubro o sistema estará operacional nas restantes 17 províncias angolanas.

Petróleo


Descoberto novo poço


A petrolífera angolana, Sonangol, em conjunto com a britânica BP, anunciou hoje a descoberta de um novo poço de petróleo, localizado no off-shore angolano, estando confirmado o potencial de cinco mil barris/dia.
Em comunicado divulgado pela Angop, a Sonangol informa ainda que o novo poço foi denominado "Tebe-1", no bloco 31, em águas ultra-profundas. O documento revela que esta é a 19ª descoberta que a BP efectuou no Bloco 31 e está localizada na parte sul, a 350 quilómetros a noroeste de Luanda e a 12 quilómetros a sudeste do campo Hebe. Os testes foram entretanto realizados e permitiram confirmar uma capacidade de produção de cinco mil barris de petróleo/dia.
A Sonangol é a concessionária do Bloco 31 e detém uma participação de 20 por cento. A BP é a operadora com 26,67 por cento, sendo os outros parceiros a Esso Exploration com 25, a Statoil com 13,33, a Marathon Internacional com dez e a Tepa com cinco por cento.