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terça-feira, 21 de julho de 2009

África

Yes We Can África




Com pompa e circunstância, Barack Obama foi empossado o 44º presidente dos EUA. Um momento inédito por ser o primeiro negro americano a assumir os destinos da mais poderosa nação do planeta. No entanto, quem sabe quais os planos que o mesmo tem para África, continente onde tem radicadas as suas raízes familiares? Americanos de todas as raças e idades têm manifestado uma genuína satisfação e um profundo orgulho por esta conquista, que não é mais do que o reflexo do progresso que fizeram como nação, assente na sua própria diversidade. O mundo tem, desde então, partilhado a emoção de um acto que parece ter aberto novas perspectivas. O slogan “Yes we can” transcendeu as fronteiras americanas e passou a ser pertença de todos aqueles que, na comunidade internacional, acreditam nele como uma força motriz. O Obama, negro americano, já faz parte da história. O Obama, presidente, tem um caminho para percorrer e uma história para escrever, cujo sucesso dependerá da sua capacidade de liderar e das circunstâncias envolventes. O facto de Obama ser filho de pai queniano, criou naturalmente expectativas sem precedentes sobre os benefícios que a África poderá lograr da sua administração. Enquanto, os governantes esperam maior cooperação, os governados, sobretudo aqueles que vivem

em países onde persiste a ditadura, esperam do seu Governo a promoção do respeito pela vida, dos direitos humanos e da utilização responsável dos recursos naturais. No entanto, a verdade é que Obama foi eleito para promover e defender os interesses do povo americano, que obviamente nem sempre serão coincidentes com os interesses dos povos africanos. Assume a liderança do país num período de crise económica internacional com uma gravidade particular para o mercado de emprego e num momento em que a luta contra o terrorismo e as guerras do Iraque e Afeganistão continuam a ocupar as atenções do Executivo. Uma realidade que ditará uma hierarquia de prioridades que poderá relegar as expectativas dos governados no continente africano para segundo plano.


A sua administração vai procurar dar mais ênfase às políticas bilaterais em detrimento de uma “política africana”, acabando gradualmente com a tendência de olhar para África como um grande país subsidiário


Nova política americana para o continente

Analistas mundiais garantem estarmos diante de uma ligeira viragem na política americana para o continente africano. No seu discurso de empossamento, Obama disse “…para aqueles que se agarram ao poder através da corrupção, do engano e da eliminação da oposição…estais do lado errado da história…estender-vos-emos ajuda se estiverdes dispostos a abrir a mão (abandonar a governação musculada)”. Os peritos africanos que integram a equipa de Obama, definem os objectivos da sua política de acordo com diferentes metas, sendo as mais importantes a aceleração da integração do continente na economia global, o reforço da paz e da segurança dos Estados africanos e a promoção de relações mais estreitas com governos, instituições e ONG’s comprometidas com a democracia, a boa governação e a redução da pobreza em África. Obama tem conhecimento pessoal da vida no continente, o que cria maior sensibilidade e compreensão dos problemas. Será talvez o primeiro presidente americano em posição de indicar países africanos com as respectivas capitais. A sua administração vai procurar dar mais ênfase ao aprofundamento

de políticas bilaterais em detrimento de uma “política africana”, acabando gradualmente

com a tendência de olhar para África como um grande país subsidiário. Neste contexto, crê-se que a procura e a oferta ditarão as iniciativas.


AFRICOM

O combate ao terrorismo será conduzido através do ênfase atribuído ao combate à pobreza e à promoção da estabilidade política, em sincronia com programas do AFRICOM. Este organismo, bem como as suas actividades, será objecto de maior consulta com os países africanos a fim de elevar o diálogo sobre segurança colectiva e objectivos a alcançar no quadro da paz, segurança e estabilidade. A administração Obama tem também a intenção de transferir o comando do AFRICOM para território americano, tornando-o independente do EUCOM. O seu Governo procurará maior concertação com o governo chinês no que diz respeito às respectivas políticas africanas. O objectivo é o de cultivar a complementaridade no quadro de uma “competição saudável”. De acordo com alguns dos exemplos divulgados pela sua administração são vários os

países-alvo da atenção americana. No Sudão a estratégia é aumentar a pressão sobre o Governo de Khartoum no sentido de parar o conflito e permitir a evolução da força da paz da ONU. Na República Democrática do Congo, apoiar a força de manutenção da paz da ONU, MONUC e impor metas mensuráveis ao processo “tripartido +” (DRC, Rwanda, Burrundi e Uganda) de forma a garantir o progresso e a segurança. No Zimbabwe, exigir que o acordo de partilha de poder se altere tão rápido quanto possível de um governo controlado por Mugabe para um que reflicta as eleições de 29 de Março. Exigir ainda que Mugabe permita a reabertura das actividades das ONG’s para socorrer os milhões de cidadãos com bens alimentares e medicamentosos. Repletos de intenções, estes enunciados reflectem maior equilíbrio político, o que seria construtivo para o continente se forem, efectivamente, aplicados.

Contudo, como todas as anteriores administrações, está irá cedo descobrir que nem sempre os ideais convergem com os seus interesses. A prossecução de uns ou de outros, em dadas circunstâncias, determinará a diferença entre este Governo e os outros. Do lado africano, os líderes têm a oportunidade de proceder a reformas democráticas e a implementar políticas inclusivas de desenvolvimento sócio-económico, não para impressionar outrém, mas para dinamizar as economias dos seus países, no interesse dos seus respectivos povos. Finalmente poderão assimilar que políticas de investimento e que práticas de negócios que não facilitam cidadãos nacionais, tão pouco facilitam investidores estrangeiros, criando uma situação de apatia internacional.

Por seu turno, países que tiverem governos transparentes, sociedades capazes de respeitar todos os seus cidadãos e oferecer-lhes igualdade de oportunidades, estarão em melhores condições de explorar os benefícios da globalização, integrar a economia global e influenciar políticas de cooperação mutuamente benéficas que tão bem caracterizam o século XXI. Nesse sentido, o empossamento histórico de Obama, em si só, não fará milagres, pois não será suficiente para trazer benefícios à cooperação bilateral com países africanos que não se adaptarem política e economicamente aos novos tempos.


EUA em Angola

A presença americana no país tem-se notado em vários sectores. O auxílio na desconcentração do Poder Central de Luanda para as províncias e para os municípios tem sido disso exemplo, uma vez que um dos principais objectivos é ajudar as autoridades angolanas a diversificar a sua economia, priorizando a agricultura na produção de banana, batata e café. De facto, a administração americana

destacada tem procurado viabilizar uma importante injecção de crédito para o sector agrícola, bem como demonstra em continuar a ajudar no sector da desminagem. Os representantes no país acreditam que o desenvolvimento de Angola vem com o investimento externo e interno em sectores não petrolíferos e do gás. Uma ideia a que Obama já fez também alusão. O presidente traçou para o

país um programa para captação de capitais que permitam a aquisição de sementes que vão impulsionar pequenas e médias empresas agrícolas para Angola. No campo político, o objectivo é fortalecer as instituições parlamentares, encorajar a existência de um sistema judicial independente, uma comunicação social isenta e uma sociedade civil forte. No domínio da segurança, os Estados Unidos reconhecem o papel estratégico de Angola na preservação da paz e da segurança na parte

Central e Sul do continente africano. O país possui um dos melhores exércitos de África e estas forças armadas podem jogar um papel importante na pacificação do continente.

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