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quinta-feira, 16 de julho de 2009

Agricultura

Criadores de gado querem ajudar a diminuir importações



Angola importa anualmente cerca de 80 milhões de dólares em carne de vaca e o grande objectivo dos produtores nacionais é criar condições para reduzir drasticamente esta despesa do país, mas reclamam mais apoio do Estado.

Há ainda "um longo caminho a percorrer" até que os bifes à mesa dos angolanos sejam maioritariamente produção nacional, admitiu à Agência Lusa o director-geral da Cooperativa de Produtores de Gado do Sul de Angola (CPGSA), Álvaro Fernandes.

E o problema não está nas condições que o país oferece para a criação de gado, porque, como explicou Álvaro Fernandes, actualmente a cooperativa que integra tem meia centena de sócios com mais de 50 mil cabeças de gado em fazendas que ocupam uma área superior a 400 mil hectares.

O dirigente da CPGSA lembra que o potencial do país na criação de gado "passa muito o milhão de hectares", mas Angola "ainda está longe" de ter as infra-estruturas mínimas para rentabilizar o sector.

A ausência de matadouros, "sendo disso exemplo Benguela, uma das mais importantes províncias na criação de gado, que não tem um único matadouro", de uma rede de distribuição, técnicos qualificados para lidar com o gado, veterinários, 'stocks' de equipamentos para as fazendas ou produção de forragens, são alguns exemplos.

"Perante este cenário, não temos ainda, de forma alguma, capacidade de resposta para as exigências do mercado", apontou Álvaro Fernandes em declarações à Lusa na Feira Internacional de Luanda (FILDA), onde a sua cooperativa colocou algumas dezenas de animais em exposição como forma de divulgar o potencial do sector.

Os criadores de gado reclamam ainda mais apoios do Estado, nomeadamente incentivos à especialização, "como acontece, por exemplo, no Brasil ou mesmo na África do Sul".

Álvaro Fernandes, cuja organização abrange actualmente as quatro principais províncias na criação de gado, Huíla, Benguela, Cunene e Kuando Kubango, admite ainda outros problemas como "uma cultura consolidada de importação".

Apesar de haver uma tradição antiga em províncias como a Huila na criação de gado, essencialmente no seio de angolanos descendentes de portugueses com várias gerações nascidas no país, só há cerca de meia dúzia de anos é que ganhou corpo a aposta na criação de um efectivo bovino que permita uma resposta eficaz para o consumo nacional.

Para criar ou refazer o rebanho nacional de animais com potencial na produção de carne, nos últimos anos foram importadas milhares de cabeças de gado melhorado geneticamente, com destaque para os 'nelori' e 'brama', do Brasil, ou a 'simbrah' e Santa Gestrudes, de países como África do Sul ou Namíbia.

E estes animais nada têm a ver, como sublinha Álvaro Fernandes, com a criação tradicional no sul de Angola, que, apesar dos muitos milhares de animais, não tem impacto económico porque assenta "numa lógica mais cultural" e onde os animais são de raças, como a 'neguni', com escassa produção e rentabilidade.

Neste sentido, os criadores pedem "instrumentos financeiros eficazes" de suporte à actividade, nomeadamente para o apoio à importação de animais de raças que garantem rentabilidade ao negócio.

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