Siameses morrem no regresso a Luanda
Os dois bebés siameses angolanos que vieram a Portugal avaliar a hipótese de separação morreram no avião a caminho de Luanda. David e Bernardino partilhavam o mesmo coração, que deixou de bater a meio da viagem. David e Bernardino, dois bebés siameses de dois meses, regressavam a Angola, depois de uma visita médica a Portugal, para saber se era possível separar os corpos, unidos pelo tronco. Francisco Domingos, chefe da equipa médica que acompanhou os gémeos a Portugal, confirmou a insuficiência cardíaca que vitimou David e Bernardino. Ao fim de cerca de quatro horas e meio de voo, mais ou menos a meio da viagem, a bordo de uma avião da TAAG, o único coração funcional e que ligava os dois deixou de bater. "Com a situação que tinham era uma questão de tempo, o que infelizmente foi de horas; não aguentaram", conta a Agência AngolaPress.
Os siameses estiveram menos de uma semana em Portugal. Chegaram há oito dias, na passada quinta-feira, acompanhados pela mãe. Segundo Francisco Domingos, o diagnóstico feito em Angola carecia de melhor avaliação e foi depois de examinados em Portugal que se constatou que a separação desejada não era possível. Observados no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, concluiu-se que partilhavam o fígado e o coração, dois órgãos vitais, e não podiam estar separados. "Se estivessem ligados apenas por um órgão, talvez facilitasse a cirurgia, mas nestes casos é realmente muito difícil, até porque as crianças entrarão muito facilmente em insuficiências cardíacas", informou, no início da semana, aquela unidade hospitalar em comunicado.
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