Unificação da ortografia vai facilitar afirmação da Língua Portuguesa
Daniel Mingas, decano do Instituto Superior de Ciências de Educação (Isced) de Luanda, defendeu que a unificação da ortografia da Língua Portuguesa permitirá uma maior afirmação do idioma, ao nível do contexto internacional e facilitará o processo de ensino e aprendizagem.
À saída da reunião sobre o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, promovida pelo Isced, o responsável explicou que o debate teve como objectivo analisar as principais alterações em termos de grafia, vantagens e desvantagens apresentadas em torno da discussão, bem como contribuir para que o estado angolano tome uma posição.
De acordo com Daniel Mingas, a unificação deste idioma, que é partilhado por oito estados geograficamente distantes, vem colmatar a necessidade de adaptação do idioma às novas exigências de integração. A uniformização, explicou, será vantajosa para Angola, pois a maior parte da bibliografia utilizada no país é de origem brasileira e portuguesa, o que facilitará o processo de ensino e aprendizagem da própria língua.
Para o decano, a etapa mais difícil deste processo é a da implementação, pois implicará gastos avultados, a elaboração de novos programas de Língua Portuguesa a todos os níveis e a mudança de manuais, o que afectará o próprio mercado de produção de livros. Daniel Mingas entende que a existência de uma dupla grafia limita a dinâmica do idioma e as diferenças criam obstáculos em todos os planos onde a forma escrita é utilizada, desde a difusão cultural (literatura, cinema, teatro) e de informações às relações comerciais (textos de contratos).
O debate foi moderado pelo docente António Costa, que deu a conhecer aos presentes as principais características do acordo, bem como os argumentos a favor e contra a sua implementação entre os países da Comunidade de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).
As mudanças incidem sobre o alfabeto que passa a ser constituído por 26 letras contra as actuais 23 (introdução do k, w e y), o uso do hífen, de maiúsculas e minúsculas, o uso facultativo de maiúsculas e minúsculas, a supressão gráfica das consoantes mudas, a grafia das palavras agudas ou oxítonas, graves e esdrúxulas.
Actualmente, apenas Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé assinaram o protocolo modificativo.
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