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segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Desporto

Angola garante qualificação



A selecção nacional qualificou-se hoje para os quartos de final do CAN2010, como primeiro do grupo A, ao empatar sem golos com a Argélia no estádio11 de Novembro, em Luanda.

Os argelinos ficaram em segundo superando o Mali que, embora tenha vencido o Malawi, foi superado no sistema de desempate.

Esta é a segunda vez que Angola se qualifica para esta fase da prova, depois do Ghana2008.

Política

Assembleia Nacional aprova resoluções sobre Plano Nacional e do OGE






A Assembleia Nacional aprovou, por unanimidade, a resolução que admite as recomendações ao Plano Nacional 2010/2011 e o Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano em curso.
A deputada Júlia Ornelas, que apresentou o documento, referiu que a resolução acolheu as recomendações contidas no relatório/parecer no Plano Nacional e do OGE, que foram amplamente debatidas quer na especialidade, quer na generalidade e aprovadas na reunião plenária do dia 15 de Dezembro de 2009, orientada pelo presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos. Do encontro saiu ainda a resolução sobre a metodologia de trabalho da Comissão Constitucional com 172 votos a favor, 13 contra e sete abstenções. O relatório/parecer da Comissão dos Assuntos Constitucionais, Jurídicos e Regimento, apresentado pelo deputado Emílio Homem, reconhece que nos termos do artigo 9º da Lei número 2/09, de 6 de Janeiro, que cria a Comissão Constitucional, a metodologia deveria ser submetida à apreciação da Assembleia Nacional para que deliberasse sobre a matéria e autorizasse a sua execução, o que não ocorreu oportunamente.
Contudo, o parecer considera legítimo que a Assembleia Nacional valide o instrumento em causa, apreciando-o e aprovando-o nos termos regimentais, ao mesmo tempo que recomenda ao plenário para a sua aprovação.
A Unita e o PRS consideraram que houve violação de preceitos, pelo que a resolução não foi aprovada na altura devida, argumento rebatido pelo presidente da bancada parlamentar do MPLA, Bornito de Sousa, que recordou que o assunto já havia sido discutido e dado por ultrapassado a nível da Comissão Constitucional. Entretanto, o dirigente informou que o órgão encarregue de elaborar o texto constitucional, por si presidido, terminou o seu trabalho e será entregue à Assembleia Nacional, enquanto Assembleia Constituinte, a quem caberá decidir sobre as correcções e alterações que se impuserem.
A sessão foi assistida pela equipa do Governo encabeçado pelo primeiro-ministro, António Paulo Kassoma.

Comércio


Ministra trabalha no Huambo



A ministra do Comércio, Idalina Valente, iniciou hoje uma visita de trabalha à província do Huambo, para junto do governo local, traçar estratégias de implementação da 1ª fase do Programa de Promoção do Comércio Rural (PPCR).
A ministra manterá primeiro um encontro com o governador da província do Huambo, Faustino Muteka e depois vai reunir-se com funcionários da direcção provincial do comércio. De acordo com o programa de actividade a que a Angop teve acesso, na reunião serão apresentados quatro técnicos vindos de Luanda que formarão uma equipa de trabalho para a realização de inquéritos nos municípios e comunas beneficiárias da 1ª fase do programa.
Vão beneficiar desta primeira fase os municípios de Bailundo, Mungo, Caála, Ukuma e Londuimbali. Aprovado em Abril deste ano pelo Conselho de Ministros, o Programa de Promoção do Comércio Rural (PPCR) tem por objectivo a reabilitação gradual de todas as lojas no meio rural, de modo a incentivar a produção agrícola e transacções entre o campo e a cidade, visando criar sinergias para resolver problemas nas comunidades e colocar à disposição da agro-indústria matérias-primas alimentares.
Na província do Huambo, a perspectiva é beneficiar neste primeiro ano de implementação pelo menos 80 mil e 860 famílias.

Cooperação

Angola e Chile criam comissão bilateral


O Acordo para a Criação de uma Comissão Bilateral entre as repúblicas de Angola e do Chile foi publicado pelo Governo nacional. De acordo com o documento, entretanto divulgado pela Angop, a Comissão Bilateral terá como responsabilidade promover e coordenar a cooperação económica, social, cultural e científica entre os dois países, assegurando a aplicação e o acompanhamento dos acordos já concluídos ou a concluir entre as partes.

A comissão tem ainda como finalidade proceder à avaliação do desenvolvimento da cooperação entre os dois países, propor soluções às dificuldades que possam surgir durante a execução de qualquer projecto estabelecido em virtude do presente acordo, criar as condições favoráveis para a realização dos projectos de cooperação e trocar opiniões em matéria de interesse mútuo, bem como de âmbito internacional.

A equipa pode constituir ainda uma subcomissão encarregue dos assuntos económicos, financeiros e comerciais, bem como outra encarregue pelos assuntos sociais, culturais, científico e técnico e comités ad-hoc para estudo e aprofundamento de questões particulares. O acordo estabelece ainda que a comissão deve reunir-se periodicamente de dois em dois anos, a pedido de uma das partes.

Banca


Banco Millennium lança plano de poupança família


O Banco Millennium Angola lança hoje o Plano Poupança Família (PPF), uma aplicação em Kwanza ou Dólar, sem montante mínimo exclusivo para clientes particulares que permite reforços mensais, automaticamente debitados na conta à ordem associada ao Plano Poupança Família.
De acordo com uma nota de imprensa da instituição financeira a que a Angop teve acesso, a solução de poupança destina-se a clientes particulares que pretendam ter garantia total do capital investido e taxas de remuneração atractivas. "O Plano Poupança Família permite total liberdade e flexibilidade para efectuar uma poupança mensal programada, sendo possível alterar, a qualquer momento, o montante e a data das entregas mensais. Além das entregas programadas são também permitidos reforços adicionais sempre e quando desejado'', refere o documento. O cliente pode ainda escolher várias contas à ordem para, em conjunto, efectuarem de forma automática reforços programados. Os juros são pagos mensalmente, creditados na conta à ordem ou capitalizados no Plano de Poupança. O prazo é de 364 dias, renovável automaticamente.

CAN 2010

Manuel José garante empenho na luta para a qualificação



A menos de 24 horas do jogo com a Argélia, para o encerramento da primeira fase da Taça de África das Nações, o seleccionador nacional, Manuel José, afirmou neste domingo em Luanda, que os Palancas vão jogar para ficar em primeiro ou segundo lugar e garantir a qualificação para os quartos-de-final.

O técnico referiu durante uma conferência de imprensa que “se jogarmos como temos feito até ao momento, temos mais possibilidades de ganhar e terminar na primeira posição do grupo. Apesar das lesões, vamos fazer tudo que estiver ao nosso alcance para nos qualificarmos”.

Angola lidera o grupo A, com quatro pontos, seguida do Malawi e Argélia, com três cada, e Mali com um. A 27ª edição da Taça de África das Nações decorre nas províncias de Luanda, Benguela, Huíla e Cabinda. A prova conta com 15 selecções, depois da desistência do Togo. O Egipto é o actual detentor do título.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Entrevista: Justino Fernandes


‘Competir

para ganhar’



Antigo atleta e defensor incansável do Desporto, Justino Fernandes tem uma longa experiência. Durante um treino matinal da selecção, o presidente da Federação Angolana de Futebol (FAF) descreveu à Angola’in como está a ser vivida a aventura do CAN. O responsável pelo Comité Organizador da prova está confiante nos bons resultados



O Homem

O desporto sofreu uma evolução, mas nunca tanto foi feito como agora. Como tem vivido a fase de preparação do CAN?

Neste momento, sinto um certo orgulho em ser presidente da FAF. Fui desportista durante muitos anos na selecção de Luanda e de Angola e enquanto atleta fui capitão das duas equipas. Isso deu-me uma certa experiência. Porém, infelizmente, tive de deixar o futebol, que na altura era amador. Joguei no ASA e estive a um passo do Sport Lisboa e Benfica. Porém, a minha mãe (a minha família é matriarcal) não encarou muito bem a minha partida. Éramos uma família bastante unida e decidi não ir.


Foi o desistir de um sonho?

Não, porque queria fazer uma formação superior, situação que acabou por acontecer. Aos 26 anos resolvi dedicar-me totalmente à minha formação. Depois da Independência fui director da Cuca, ministro da Indústria, da Juventude e dos Desportos e assim fui evoluindo. Só mais tarde surgiu o convite para a Federação, quando me pediram para agarrar o nosso futebol, que é um factor de unidade nacional.


Como analisa o trabalho que tem sido desenvolvido pela entidade?

A princípio, tivemos algumas difi culdades, porque a nossa associação não era muito bem vista ao nível da Confederação Africana de Futebol (CAF). Tivemos alguns dissabores com os meus antecessores. O nosso primeiro trabalho foi repor a imagem positiva junto da CAF, algo que conseguimos através de contactos directos com o senhor presidente Issa Hayatou. Entretanto, fui chamado para a comissão organizadora dos CANs e adquiri uma certa experiência. Depois do Coreia / Japão, em 2003, fui convidado para ser membro da comissão de auditoria interna da FIFA, cargo que ocupo até hoje. Nessa altura pensamos em organizar o CAN, mas chegamos à conclusão de que ainda não estávamos sufi cientemente maduros. Recentemente apresentamos a candidatura e de entre oito países fomos escolhidos.






Sempre manteve a esperança de conseguir trazer este evento para o país?

Se não tivesse esperança, nem sequer teria concorrido. O caderno de encargos da CAF não exige que se tenha as condições. Daí o cepticismo de muitos em relação à sua concretização. Estávamos a quatro anos do CAN e conseguimos mostrar que tínhamos os pressupostos todos. E era isso que a CAF queria. Saímos da guerra há seis anos e somos das economias que mais crescem no mundo. O país tem um desenvolvimento económico muito grande. Em dois anos, construímos quatro estádios novos, recuperamos 13 recintos e criamos os equipamentos necessários. Segundo os especialistas, o estádio 11 de Novembro de Luanda é o mais bonito de África, algo de que nos orgulhamos. Para materializar o projecto, foi necessário o apoio do Governo e do senhor presidente José Eduardo dos Santos, que foi fundamental em todo o processo.


‘Frutos’ gerados pelo CAN

A nível de desporto, quais os benefícios deste evento?

Sem infra-estruturas desportivas não há desenvolvimento. O futebol ganhou quatro estádios novos em quatro províncias. Temos infra-estruturas nas 18 localidades, contudo nas que vão albergar o CAN demos um salto qualitativo. Criamos as condições para dar início ao desenvolvimento, existindo igualmente a possibilidade de acolher outros eventos no nosso país, como é o caso da taça das confederações.

O torneio potenciou o desenvolvimento de uma série de áreas, ao nível da hotelaria, da construção civil, até na criação de emprego.


O progresso atrai mais investimentos?

Ora nem mais. Os ganhos serão a todos os níveis. Vamos mostrar que Angola não é só um país de guerra. É um acto de coragem porque vamos abrir as portas ao mundo, após seis anos de conflito e as pessoas não irão apenas ver o futebol. Vão tentar julgar-nos, avaliar a nossa hospitalidade, o nosso carácter e de que forma estamos a progredir. O CAN permitiu a criação de infra-estruturas envolventes, que provavelmente seriam produzidas daqui a uns dez anos. O evento já está a ser um catalisador do progresso. Por exemplo, iniciamos um pólo de desenvolvimento em torno do estádio de Luanda, onde começam a surgir projectos imobiliários, fruto das condições criadas na região.


A nível de recursos humanos acredita que agora é o começar de uma nova era?

É muito bom em termos de formação. E para tal temos que ter formadores. A nossa principal preocupação será em obter técnicos angolanos capacitados, que realmente possam formar os nossos jovens. Pensa-se que um bom jogador de futebol será um bom treinador e não é bem assim. São raros os casos de sucesso. Estes jovens [selecção nacional] aprenderam nos seus bairros, com bolas de trapos. Não tinham os fundamentos técnicos, que foram assimilados aqui, na idade adulta. Temos esse projecto, que queremos colocar em prática depois do CAN. Ao nível das infra-estruturas está aceitável. A vertente de criação de escolas é algo que temos que pensar. Temos ainda que questionar outro aspecto. Sou presidente da FAF em ‘part-time’. Tenho outras responsabilidades no país. Poderia fazer muito mais se estivesse apenas dedicado à federação, pelo que no fim deste mandato, daqui a dois anos, terei que ser substituído por um profissional a tempo inteiro.


Está nos desafios da federação formar equipas capazes de competir com os ‘grandes’ do mundo?

É para aí que devemos caminhar. Queremos ser cada vez mais fortes e há que apostar na formação. Porém, há sempre uma utopia nisso tudo. Por cada jogador congolês que desperta na Europa, fi ca uma série deles desperdiçados. Esses aspectos têm que ser bem ponderados e conjugados com a educação escolar da criança.



O ano de África

Como está a motivação da população?

O apoio do povo angolano é total. Só se fala do CAN, é o centro das conversas de todos. O Governo também tem dado um apoio incondicional, especialmente nos investimentos, mostrando-se interessado, pois sabe que o campeonato é uma mais-valia para desenvolver o nosso país, principalmente no aspecto de dignidade nacional.


Quais são as suas expectativas quanto à prestação da selecção?

Este grupo está a trabalhar muito bem. Quando os que jogam fora se juntarem a esta equipa vamos fazer um bom ‘team’. Não pretendemos participar, queremos competir para ganhar o CAN. Esse é o espírito incutido nos atletas. As conversas que têm com o professor Manuel José têm sido muito úteis. Agora, os nossos jogadores estão a acabar com a inibição. Está a ser feito um trabalho nesse âmbito e estão a ser acompanhados por pessoas especializadas para vencer esses receios.


A equipa tem evoluído tecnicamente?

Há já algum tempo, essa evolução tem sido bastante visível. É evidente que estamos a fazer jogos de treino e é um trabalho feito a longo prazo. Com a integração dos que chegam no dia 26, vão fi car muito mais desinibidos. Temos uma equipa técnica boa.


Apesar não participarem no Mundial de 2010, acredita que o evento pode ser importante para o país, inclusive no aproveitamento dos estádios?

Podemos acolher qualquer selecção no nosso país, principalmente aquelas que vão jogar em Joanesburgo. Temos condições excelentes na província da Huíla que, à semelhança de Joanesburgo, se encontra a cerca de dois mil metros de altitude. Temos um clima fantástico, hotéis excelentes e as equipas estão a procurar esse estádio.


É um ano importante para vocês?

Considero o ano do futebol em África. Em Janeiro será em Angola e em Julho na África do Sul. Estamos muito unidos e os sul-africanos pedem-me para fazer um CAN exemplar, pois será o prelúdio do que vai acontecer na África do Sul.


Que apelo gostaria de fazer à nação?

Deixo um pedido à população para que confie em nós. Estamos a trabalhar para dignificar o nosso futebol e dar uma alegria a este povo sofredor. O nosso obrigado por todo o apoio e prometemos fazer tudo para corresponder às expectativas.