Reforma do sistema reduz abandono escolar
A implementação do novo método de ensino e a reformulação dos conteúdos didácticos, no âmbito da reforma educativa em curso desde 2004, está a resultar no aumento dos índices de aproveitamento escolar e redução das taxa de abandono.
De acordo com o coordenador da Comissão para as Actividades da Reforma, Joaquim Cabral, em declarações à Angop, com os novos materiais e o novo sistema de avaliação, a taxa de reprovação passou de 32 por cento em 2004 para 22 por cento em 2008. Apesar dos constrangimentos encontrados, referiu que foi possível reduzir o índice de abandono escolar de 26 para 24 por cento, no período em referência.
“Isto se deve fundamentalmente à política da merenda escolar no ensino primário, um projecto que se está a expandir em todos os municípios das províncias”.
Joaquim Cabral informou que no início da reforma, a taxa de conclusão do ciclo de formação era de 42 porcento, estando actualmente estimada em 54. Para o responsável, estes indicadores são animadores pois, na implementação da reforma o Ministério da Educação tem enfrentado inúmeras dificuldades na transportação dos manuais, formação de professores e aumento do número de salas de aulas.
Outro aspecto de realce é a criação de espaços para aumentar o índice de alunos no sistema de ensino no país, prova disso é que em 2004 o sistema de ensino tinha 4.381.787 alunos, actualmente, a cifra é de 5.736 mil alunos (2008). Este ano houve um aumento de quase um milhão de alunos, registando-se um crescimento médio anual de 15 por cento.
Para acomapanhar esta evolução, a construção de novas salas de aulas passou de 19 mil salas (2002) para 50.516 espaços controlados em todo país (2008), o que representa um crescimento de admissão de novos alunos de 5 milhões 7336 mil 520 novos alunos no sistema.
Joaquim Cabral apontou como principais pontos de estrangulamento do processo, a dificuldade na localização de terrenos para a construção de escolas, principalmente nas cidades, citando o caso de Luanda, onde há problemas para encontrar espaço no município da Ingombota. Segundo ele, a não multiplicação das acções de formação, insuficiência de material pedagógico e de manuais escolares, a falta de transporte escolar, bem como a não generalização da merenda escolar em todas as escolas do ensino primário e a pobreza constituem igualmente constrangimentos.
Joaquim Cabral reconheceu que apesar dos esforços de expansão da rede escolar o país ainda regista um déficite de novas salas de aulas e de professores. Em termos de docentes referiu que a situação difere de região para região. “Luanda possui um excedente de professores, há vários no desemprego, mas há falta de professores formados em regiões como Malanje, Kuando Kubango e Uíge", informou.
Sem comentários:
Enviar um comentário