As Nações Unidas investiram quatro milhões de dólares para a execução do programa de combate à mal-nutrição do país, no âmbito do “Programa Conjunto Crianças, Segurança Alimentar e Nutrição em Angola”, visando aliviar a fome e a subnutrição das crianças. O programa foi apresentado hoje, na cidade do Kuito, província do Bié, pelo ministro da Saúde, José Van-Dúnem.
O programa é apoiado pelas agências das Nações Unidas, através do Fundo para os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio. Devido à situação de pobreza que afecta a maioria da população angolana, 12 milhões, dos cerca de 19,7 milhões de habitantes que constituem a população angolana encontram-se vulneráveis a crises alimentares, sendo que 75 por cento destas pessoas são crianças e mulheres em idade reprodutiva.
Durante a apresentação do “Programa Conjunto Crianças, Segurança Alimentar e Nutrição em Angola”, a representante adjunta do UNICEF, Amélia Russo de Sá, disse que “ao apoiar esta iniciativa, as Nações Unidas pretendem contribuir na erradicação da fome e na redução da mortalidade infantil”. “Vamos contribuir para aliviar a fome das populações angolanas e prevenir a mal-nutrição nas crianças”, fez saber Amélia Russo de Sá.
Cerca de 8,2 por cento das crianças angolanas de 6 a 59 meses apresentam uma mal-nutrição aguda e 29,2 por cento, acrescentou a responsável, apresentam uma má nutrição crónica, causada pela inadequada dieta alimentar, doenças infecciosas ou a combinação das duas causas.
Para combater este fenómeno, o “Programa Conjunto Crianças, Segurança Alimentar e Nutrição em Angola” vai reforçar os serviços de apoio a sobrevivência da criança nas comunidades, criando condições para o acesso mínimo a serviços de saúde e nutrição.
Por outro lado, o programa vai oferecer assistência específica para o fortalecimento da segurança alimentar dos agregados familiares: criar Escolas de Campo para capacitar os camponeses, ensinando-os as técnicas agrícolas convencionais, com vista a diversificar a produção; promover a utilização de produtos locais na merenda escolar e a educação nutricional com ênfase na transformação de produtos locais. Este sistema vai cobrir, numa primeira fase, três municípios em igual número de províncias, respectivamente Cunene, Moxico e Bié, para a posterior, alargar a outras localidades.
As referidas províncias estão entre as mais críticas do país, sendo que o Cunene foi atingido em 2007 por secas e em 2008 e 2009 por cheias. O Moxico apresenta um estado nutricional crítico dos menores de cinco anos (8,4 por cento de acordo com o Inquérito Nutricional), enquanto a província do Bié mostra números de insegurança alimentar moderada e grave que vão de 87 por cento a 94 por cento do total da população.
Com a execução do “Programa Conjunto Crianças, Segurança Alimentar e Nutrição em Angola”, se vai intensificar, nas três províncias, a identificação e tratamento activo da mal nutrição patente, para alcançarem pelo menos, 12 mil crianças gravemente mal nutridas e prestar-se o apoio essencial ao aumento de acesso ao pacote essencial de serviços de sobrevivência da criança.
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