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quarta-feira, 7 de abril de 2010

Agricultura

Angola obterá produção satisfatória

O sector agrário nacional registará uma considerável produção agrícola, mesmo com as calamidades naturais que ocorrem no país. A garantia foi dada hoje, quarta-feira, pelo director Nacional de Segurança Alimentar, David Tunga. As cheias e a prolongada estiagem que afectaram as áreas de cultivo em algumas regiões do país não afectarão a colheita da campanha agrícola 2010/2011. As autoridades esperam uma safra igual ou superior à anterior, calculada em 18,8 milhões de toneladas de alimentos.
Em declarações à Angop, o engenheiro agrónomo referiu que as conclusões constam de um trabalho de avaliação sobre os efeitos das calamidades naturais nas zonas de cultivo, realizado recentemente pelo Gabinete de Segurança Alimentar. “Houve cheias no Cunene e no Kuando Kubango, mas neste momento a situação está controlada. Também se registaram estiagens meio prolongadas no Bengo, Bié, Malanje, Huambo e Uíge, mas com a reinício das chuvas nestas localidades a situação estabilizou”, confirmou.

De acordo com David Tunga, as entregas de pelo menos 13 mil toneladas de sementes diversas e seis mil ferramentas às famílias camponesas, antes do início da presente campanha agrícola, foram decisivas para o aumento da colheita.

Transportes


Reabilitação dos caminhos-de-ferro promove crescimento da Huíla


O governador da província do Kuando Kubango, Eusébio de Brito, assegurou, esta semana, que o programa de reabilitação e modernização dos Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) vai permitir desenvolver, de modo sustentável, as regiões do sul do país e de alguns estados da África Austral.
O responsável proferiu tais declarações após a visita do ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, que se deslocou aos municípios de Quipungo e Matala, para avaliar o processo de demolição e realojamento das populações instaladas junto da linha de alta tensão e do ramal dos caminhos-de-ferro. Eusébio de Brito afirmou que o programa de reabilitação e modernização dos caminhos-de-ferro que o Governo está a implementar vai permitir a circulação de pessoas e mercadorias.
Lembrou igualmente que a partir do Porto do Namibe será possível transportar mercadorias para as províncias da Huíla e Kuando Kubango, assim como para os países limítrofes, como a Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.
O dirigente referiu que a região sul tem “muito” para explorar e exportar, pois só com a circulação do comboio é que o desenvolvimento socioeconómico será um facto.
As obras de reabilitação da linha entre o município da Matala (Huíla) a Menongue (Kuando Kubango) foram já concluídas e entregues ao Governo, faltando a segunda fase que abrange a cidade do Namibe/Lubango/Matala, cujo arranque está previsto para este ano.

Petróleo

Sonangol anuncia nova descoberta


A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e a ENI Angola anunciaram hoje, quarta-feira, em Luanda, uma nova descoberta de petróleo. O crude encontrado está localizado no poço de pesquisa Nzanza-1, no Bloco 15/06, em águas profundas da Bacia do Baixo Congo. De acordo com uma nota de imprensa da Sonangol divulgada pela Angop, a referida jazida está localizada a cerca de 350 quilómetros a noroeste de Luanda. O poço foi perfurado numa lâmina de água de mil e 400 metros. Durante os testes de produção, o poço produziu mi e 600 barris de petróleo/dia, com uma densidade de 18º "API".
Porém, as análises dos resultados indicam um potencial de cinco mil barris por dia.

A ENI detém 35 porcento de interesse e é operador do bloco 15/06, no qual participam ainda a Sonangol P&P (15%), SSI Fifteen Limited (20%), TOTAL E&P (15%), Falcon Oil Holding Angola (5%), Petrobrás Internacional Braspetro BV (5%) e a Statoil Angola Bloco 15/06 Award AS (5%).

OMS


Director regional sugere crescimento urbano planeado


O director regional da OMS para África, Luís Gomes Sambo, sustenta que um crescimento urbano cuidadosamente planeado pode promover o desenvolvimento construtivo da população e contribuir para melhorar o seu estado de saúde.
Numa mensagem divulgada pela Angop por ocasião do Dia Mundial da Saúde, que hoje se assinala, Luís Gomes Sambo refere que cabe à sociedade civil e aos governos o papel e a responsabilidade de defender este princípio. “Devemos ter sempre em mente que a saúde é um direito que assiste a cada ser humano e que os seus determinantes podem ser influenciados de forma positiva”, sublinha.
De acordo com a mensagem do responsável, o investimento no transporte activo, a promoção de uma dieta saudável, da segurança alimentar, do planeamento urbano e da actividade física, bem como a defesa das leis anti-tabagistas, das condições de vida e de trabalho (incluindo a habitação, abastecimento de água e saneamento básico) serão úteis para atenuar os riscos de saúde nas cidades.
“É fundamental que o público em geral e a população urbana em particular adoptem estilos de vida mais saudáveis, praticando uma actividade física regular, tendo uma alimentação saudável e reduzindo o consumo de tabaco e de álcool”, cita, acrescentando que a OMS continuará a trabalhar junto dos governos, sociedade civil e parceiros de desenvolvimento, para promover a elaboração de políticas e de medidas para alcançar resultados sustentáveis em matéria de saúde nas cidades.
Na nota, o director regional da OMS chama ainda a atenção relativamente para os perigos para a saúde pública que a urbanização apresenta, e como estes poderão ser abordados nos países da Região Africana.
Calcula-se que quase metade da população urbana em África sofra de pelo menos uma doença atribuível à falta de água segura e de saneamento adequado. Os governos enfrentam o enorme desafio de garantirem que serviços essenciais, como cuidados de saúde, abastecimento de água, habitação e gestão dos resíduos sólidos, são adequados para corresponder às necessidades das populações. Estes problemas são agravados pelo rápido crescimento e o alastrar de bairros de lata em muitas cidades. O sobrepovoamento e a qualidade geral das habitações nestes bairros de lata, onde vive a maioria da população, são motivo de profunda preocupação.

Investimento

AICEP defende parcerias entre angolanos e portugueses


A Associação de Investimento e Comércio Externo de Portugal sugeriu que as pequenas e médias empresas (PME) portuguesas apostem em mercados como o angolano. Maria João Veiga Gomes, da direcção de apoio à rede da AICEP, defendeu que as "parcerias com outras empresas são críticas e fundamentais" para superar as dificuldades e que devem aproveitar o "enorme potencial" de Angola. O país africano oferece oportunidades em quase todos os sectores e apresenta um crescimento económico dos mais elevados do mundo. O presidente da CCILF, Bernard Chantrelle, também defendeu que "tanto as empresas francesas instaladas em Portugal como outras" podem "utilizar" o país luso para investir em Angola. Os responsáveis recordaram as inúmeras possibilidades de investimento e negócio fora de Luanda, referindo os casos de Benguela, Huambo e Huíla como exemplos positivos de províncias que oferecem apoios e incentivos, menor custo de investimentos e menos constrangimentos.