Recolhidas mais de 60 mil armas ilegais
Sessenta e sete mil armas foram já recolhidas, em todo o país, no âmbito do processo de desarmamento dos cidadãos em posse ilegal de armas, registando-se, em função disso, uma redução substancial numa proporção de 10 para quatro crimes cometidos com armas de fogo.
A informação foi prestada hoje pelo segundo comandante-geral da Polícia Nacional, comissário-chefe Paulo de Almeida, em entrevista exclusiva à Angop, por ocasião da Semana Mundial do Desarmamento, comemorada anualmente de 24 a 31 de Outubro, coincidindo com o aniversário da fundação da ONU (24 de Outubro de 1945). "Estas cifras são animadoras e positivas, mas continuamos a registar ainda a entrega de armas por parte dos cidadãos", esclareceu, adiantando que "há uma redução substancial, o que nos leva a crer que são os efeitos da recolha de armas que o processo está a desencadear".
A corporação pretende centralizar as suas atenções aos grupos de marginais que detém armas em sua posse para o cometimento de crimes. "Não é um grupo bastante grande, mas os efeitos das acções que praticam é que são significativas e de certa forma repugnantes".
Contudo, a fonte da Angop disse que o programa de desarmamento está a ser um sucesso, fazendo uma análise comparativa em relação aos países que passaram por processos semelhantes. "Visitamos o Brasil, Namíba, Moçambique e, comparativamente a estes países, estamos num bom caminho, portanto, os processos são quase semelhantes, muito embora uns tivessem enveredado pela via de estímulos", sublinhou. Entretanto, na óptica do responsável policial, as organizações não governamentais, autoridades tradicionais, eclesiásticas, entre outras, devem desempenhar um papel mais activo na sensibilização dos cidadãos sobre os perigos da guarda de uma arma de fogo. "A posse ilegal desse instrumento (arma) em nada contribui para a consolidação da paz e tranquilidade públicas", reiterou.
Segundo o comissário-chefe Paulo de Almeida, que coordena a sub-comissão técnica para o desarmamento dos cidadãos em posse ilegal de armas, as províncias de Luanda, Huíla, Moxico, Kuando Kubango e Huambo foram as que mais se destacaram na entrega voluntária dos artefactos.
Em Angola o desarmamento dos cidadãos em posse ilegal de armas de fogo teve início em Maio de 2008 e compreende quatro fases, nomeadamente a de "Organização e Sensibilização", "Entrega voluntária", "Recolha coerciva" e a de "Controlo".
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