Angola prefere união económica à política dentro da organização africana
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Angola, Assunção dos Anjos, anunciou hoje, em Sirte, na Líbia, que a união entre os países africanos deverá acontecer primeiro no âmbito económico para depois passar a um plano político.
As declarações foram proferidas durante a XIII Cimeira da União Africana (UA), que está a decorrer até amanhã, na Líbia. A reacção de Assunção dos Anjos perante o desejo manifestado por muitos países, no sentido de se criar uma "autoridade" dotada de poderes alargados na UA, exclui "uma mudança na posição do seu país". Por seu lado, explicou que os angolanos "preferem encaminhar-se lentamente para uma união que deverá acontecer primeiro no plano económico antes de político".
O presidente da Líbia e líder em exercício da UA, Muammar Kadhafi, apela à criação desta "autoridade" com poderes alargados, apesar das reticências de diversos países, especialmente da África Austral.
Muitas nações reprovaram Kadhafi por forçar as suas posições durante a reunião a favor da criação de uma "autoridade" com poderes executivos, em três domínios que tocam a soberania dos Estados: defesa, relações internacionais e comércio exterior. O líder líbio, que está "zangado" com esta demora em ampliar os poderes da organização, tem como aliados o Senegal e o Mali. Porém, encontrará resistência entre países como a Nigéria, a África do Sul e Angola.
O projecto de governo africano foi objecto de desacordo na cimeira anterior, em Addis Abeba, em Fevereiro. A questão continua a ser um tema delicado entre os países participantes da actual reunião em Sirte.
Sem comentários:
Enviar um comentário