Jornalistas portugueses responsáveis por alterações no sector
O acréscimo do número de jornalistas portugueses a trabalhar em Angola está a reflectir-se em mudanças no panorama do sector, cuja forma de noticiar e grafismos são cada vez mais semelhantes. Actualmente, a quantidade de profissionais lusos ao serviço no país é sete vezes superior do que há três anos.
"Calculamos que estejam cerca de 40 jornalistas portugueses em actividade em Angola, mas não conseguimos controlar todos os freelancers", explicou o responsável do Sindicato de Jornalistas Angolano Teixeira Cândido, em declarações à Lusa, lembrando que em 2006 não existiam mais de cinco profissionais de comunicação portugueses. O responsável acredita que este fenómeno se deve às vantagens económicas oferecidas, levando os jornalistas portugueses a optar pelos media angolanos. "Os estrangeiros não podem ocupar lugares de direcção [nos media], segundo a lei angolana da imprensa, mas ficam como conselheiros", revelou.
"O panorama da comunicação social em Angola está a ficar parecido com o de Portugal porque os jornais e as notícias são feitos pelas mesmas pessoas", concluiu, afirmando que até "os projectos gráficos são já muito parecidos".
Este aumento representa já dois por cento do total de profissionais a desempenhar funções nesta área, tendo como consequência o "estimulo da competitividade local". O dirigente argumenta que "os jovens [jornalistas angolanos] sentem a falta de oportunidades", uma vez que os finalistas das primeiras licenciaturas em Comunicação Social, que arrancaram em 2002, começam a entrar no mercado. "Os órgãos de comunicação social preferem contratar jornalistas com experiência, sobretudo portugueses e brasileiros", dificultando a inserção dos angolanos na profissão, contrapôs Teixeira Cândido. O responsável esclareceu que o Sindicato defende que os media devem apostar nos quadros nacionais ao invés dos estrangeiros.
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