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quinta-feira, 9 de julho de 2009

Empreendedorismo

Mulheres são mais empreendedoras que homens





Um estudo mundial sobre empreendedorismo, que envolveu 43 países, revela que Angola é a única nação cuja população feminina é mais activa neste tipo de actividades do que os homens. Cerca de 25,2 por cento das mulheres envolve-se em acções empreendedoras contra os actuais 20,3 por cento de homens.

O estudo "Global Entrepreneurship Monitor (GEM)" foi apresentado pela primeira vez em 1999, numa iniciativa da norte-americana Babson College e da London Business School, do Reino Unido. No último ano, Angola foi integrada no programa e os resultados foram surpreendentes. A investigação sobre o contexto angolano esteve a cargo da Sociedade Portuguesa de Inovação (SPI) e do Centro de Estudos e Investigação Científica (CEIC) da Universidade Católica de Angola (UCAN), contando com o apoio financeiro do Banco de Fomento de Angola (BFA).

Augusto Medina, da SPI, liderou o projecto, cujos resultados da realidade angolana foram apresentados ontem à noite, na UCAN, em Luanda. O investigador destacou o facto de o país surgir no topo dos 43 envolvidos pelo facto de a população feminina ser soberana em matéria de iniciativas empreendedoras, nomeadamente no que toca à criação de novos negócios. Outra das conclusões a que o GEM-Angola chegou está relacionada com a Taxa de Actividade Empreendedora (TEA) que é de 22,7 por cento, ultrapassando países como a Bósnia Herzegovina, a Índia, o Egipto e o Irão, o que lhe permite atingir o topo das regiões com economias orientadas por factores de produção. Em relação às economias voltadas para a inovação foram analisados os Estados Unidos da América, a Islândia, a França, a Eslovénia, entre outros. Já ao nível da produção orientada para a eficiência, o estudo incidiu sobre países como o Peru, Argentina, México, Turquia e Roménia.

Contudo, a GEM-Angola aponta indicadores negativos, uma vez que apesar da elevada taxa de empreendedorismo, o país apresenta ainda algumas falhas, particularmente ao nível da área da formação e educação.

O Estudo resultou de inquéritos à população. Foram ouvidos 23 peritos nesta área e procedeu-se à consulta de documentação organizada por instituições e organizações internacionais, entre elas o Banco Mundial.

Num ranking com oito itens, Angola surge na 40ª posição, entre os 43 países, em matéria de "Começar o Negócio", ocupa a 32.º no que toca a "Obter Licenças de Construção", é penúltimo em termos de "Empregar Colaboradores" e último no "Registar Propriedade".

Perante este estudo, Emídio Pinheiro, Presidente do Conselho de Administração (PCA) do BFA, entidade que financiou o projecto, sublinhou a importância do documento GEM-Angola, pois "permite conhecer melhor" as perspectivas para o desenvolvimento do país.

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