Luanda ordena suspensão de voos da TAAG para Kinshasa
O governo angolano ordenou a suspensão dos voos da TAAG para a República Democrática do Congo (RDCongo) enquanto se mantiver a expulsão de angolanos que vivem naquele país, anunciaram as autoridades de Luanda.
O Ministério das Relações Exteriores de Angola referiu em comunicado que a expulsão indiscriminada de angolanos da RDCongo "é uma medida de cariz manifestamente retaliatória desproporcionada e excessiva".
"A medida tomada pelas autoridades da RD Congo não tem paralelo com a acção legítima que o governo angolano tomou ao determinar o repatriamento de cidadãos de várias nacionalidades entre os quais daquele país com entrada e permanência ilegal em território angolano", justifica.
O governo angolano salienta no comunicado que muitos cidadãos expulsos de Angola "dedicavam-se ao tráfico ilícito de diamantes e outras actividades ilegais que perturbam a lei e a ordem pública e acarretam sérios danos para a economia, ambiente e estabilidade nacionais".
O executivo informa também que está a tomar medidas mais adequadas para o acolhimento dos seus cidadãos e "minimizar a precariedade da situação humanitária em que estão envolvidos".
O Ministério das Relações Exteriores faz ainda um apelo ao governo da RDCongo para observar o direito internacional e permitir que o regresso dos angolanos seja feito de forma organizada e que as suas vidas e bens sejam respeitados.
Um encontro de delegações entre os países foi proposto pelo governo angolano para analisar e procurar soluções que na "base do direito internacional satisfaça o interesse nacional dos dois países.
Os repatriamentos forçados do Congo-Kinshasa começaram na segunda-feira, depois de o Parlamento congolês ter aprovado uma resolução de expulsão de angolanos, o que está a ser encarado por Luanda como uma resposta às operações de repatriamento de congoleses ilegais das zonas diamantíferas das Lundas, Norte e Sul.
Dados da Direcção Provincial da Assistência e Reinserção Social no Zaire indicam que até ao final da manhã de quinta-feira, perto de 3.500 angolanos expulsos atravessaram a fronteira do Luvo. Os deportados estão a entrar também através das fronteiras angolanas nas províncias de Cabinda e Uíge, além do Zaire.
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