Portugal exporta mais do que compra a Luanda
Portugal é o principal fornecedor de mercadorias a Angola e diferencia-se do resto do mundo nas relações comerciais com este país africano pelo forte excedente comercial, mesmo depois de em 2005 ter começado a comprar-lhe petróleo.
O excedente comercial, ou saldo entre importações e exportações, foi favorável a Portugal em 2,1 mil milhões de euros em 2009, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), um montante que representa um aumento de 13 por cento face ao saldo conseguido em 2008, e resulta da diferença entre os 2,25 mil milhões de euros em mercadorias exportadas e os 151,1 milhões de euros do valor de produtos importados.
O forte dinamismo manteve-se nos primeiros três meses deste ano e, embora as exportações tenham sido menos, em valor, o saldo foi positivo em 234,7 milhões de euros para Portugal.
O processo de reconstrução da economia angolana, que implica fortes importações de bens de equipamento e outros materiais, explica, segundo análise da estrutura das exportações portuguesas feita pelo AICEP - Portugal Global, a diminuição do peso relativo dos produtos alimentares e químicos no total e que os produtos mais exportados continuem a ser as máquinas e aparelhos, notando-se um dos maiores aumentos nos veículos e materiais de transporte.
Os dados oficiais mostram também que aumentam as exportações com grau médio-alto de intensidade tecnológica, ou seja produtos industriais transformados, que, em 2009, representaram 39,5 por cento do total (30,9 por cento em 2005).
Como cliente de Angola, Portugal ocupa o 12º. lugar do ranking mundial e o 5º. no contexto da União Europeia, sendo a China e os EUA (estes ultrapassados pelos chineses em 2008) os principais destinos das exportações angolanas (mais de 66 por cento das suas exportações totais), como mostram os dados mais recentes International Trade Centre(ITC).
Com o inicio das importações de petróleo a Angola, em 2005, a estruturas das importações portuguesas sofreram uma enorme alteração e actualmente os combustíveis minerais constituem mais de 99 por cento do total, quando, antes disso, Lisboa comprar àquele pais africano madeiras e metais comuns.
O crescimento das relações económicas bilaterais é acelerado de ambos os lados e ganha peso sobretudo com o aumento contínuo das exportações portuguesas -- Angola é o 4º. maior cliente de Portugal -, também as compras de Portugal a Angola, sobretudo de petróleo, fizeram com que subisse mais de 100 lugares na tabela de fornecedores, da 128ª. posição em 2004 para 21ª. em 2009.
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, visita Angola entre 18 e 24 de Julho, liderando uma comitiva que transporta cerca de cem empresários portugueses.
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