Saúde

Governo americano continuará a financiar o combate à malária

O município do Golungo Alto, na província do Kwanza Norte, considerado um dos mais endémicos no que toca a malária, vai continuar a beneficiar do apoio financeiro do governo norte-americano no âmbito do programa de combate ao plasmódio. A ajuda insere-se no projecto de saúde implementado pela organização internacional "World Vision", em parceria com a "SES-USAID/Angola".

A informação foi avançada à Angop, aquando uma visita de trabalho do embaixador norte-americano, Dan Mozena, que se fez acompanhar pelo governador do Kwanza Norte, Henrique Júnior. Os responsáveis visitaram ontem o município do Golungo Alto, com o objectivo de avaliar o grau de implementação do programa de combate a malária em curso naquela região da província. Segundo explicações do responsável da saúde no município do Golungo Alto, José Franco Martins, o referido programa de combate à malária denominado "Sítio sentinela no Hospital do Golungo alto" é uma iniciativa que resulta de um esforço multi-nacional do governo dos Estados Unidos da América (EUA) e que está a ser implementado em 15 países, no âmbito do combate ao plasmódio.

De acordo com o mesmo, a escolha do município do Golungo Alto para acolher o referido programa resulta do facto de se tratar de uma região super-endémica à malária, fruto da sua posição geográfica aliada à situações climatéricas consideradas favoráveis para a reprodução do anofeles.

José Franco revelou que a implementação do referido programa aposta essencialmente na capacitação dos profissionais de saúde em técnicas de diagnóstico, gestão de medicamentos, aquisição de testes laboratoriais, realização de campanhas de mobilização contra a doença e outras actividades complementares.

De acordo com o mesmo, 7.037 casos de malária, com um saldo de 21 óbitos, foram diagnosticados a nível do hospital do Golungo Alto, em 2009, no quadro do referido projecto, tendo se constatado uma redução de 8.610 casos diagnosticados e menos quatro óbitos em relação ao ano 2008. Apesar da redução dos casos da doença, o médico manifestou-se preocupado com prevalência dos índices de mortalidade que considerou ser resultante da procura tardia dos serviços médicos.

A necessidade do reforço da capacidade técnica dos profissionais de saúde, a falta de uma ambulância para a evacuação dos doentes para o hospital provincial e a escassez de testes rápidos para o diagnóstico da malária, constituem algumas preocupações que afligem a direcção da referida unidade sanitária.