A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o 20 de Novembro Dia da Industrialização de África, no âmbito da segunda década do Desenvolvimento Industrial de África. A efeméride pretende mobilizar a comunidade internacional e levá-la a assumir um compromisso em relação à industrialização do continente africano.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considerou hoje que o Dia da Industrialização de África é celebrado num momento difícil, em que o mundo enfrenta uma crise financeira. Segundo a agência internacional, o preço dos alimentos e dos fertilizantes são consideravelmente mais elevados do que há três anos. Os efeitos das alterações climáticas estão a acelerar-se e a tornar-se cada vez mais evidentes. “Não se conhecem ainda todas as consequências destas crises, mas alguns dos seus efeitos já se fizeram sentir e há agora o perigo da melhoria dos indicadores económicos e sociais, conseguida recentemente diminuir ou até de a tendência se inverter”, lê-se na mensagem, a que a Angop teve acesso. O documento acrescenta que a desaceleração da economia mundial irá atingir duramente os exportadores de produtos de base, que representam mais de 50% do valor das exportações de África, tornando o continente particularmente vulnerável às crises económicas mundiais.
Para Ban Ki-Moon, é essencial que África tenha capacidade de transformar as suas matérias-primas em produtos de forte valor acrescentado, tanto para o seu consumo interno, tanto para a exportação. Mais de metade da população africana trabalha no sector agrícola, o que torna essencial desenvolver as actividades agro-alimentares e agro-industriais. Em numerosos casos, já existem mercados internos para estes produtos.
A ONU considera que o desenvolvimento industrial sustentável parece ter dificuldade em tornar-se realidade no continente africano, que está atrás de todos os outros em matéria de crescimento industrial e de criação de emprego. Durante os últimos 15 anos, a parte da produção industrial mundial, que corresponde a África, tem-se mantido no mesmo nível, 1%. Acrescenta ainda que há agora mais perspectivas de melhoria da situação social e económica. O crescimento económico conheceu uma aceleração em muitos países de baixo rendimento, graças ao qual um número considerável de pobres poderia libertar-se da pobreza absoluta.
É verdade que, em certos países, o crescimento abrandou e as metas em termos de redução da pobreza não foram atingidas, mas muitos outros estão no bom caminho para alcançar o objectivo de reduzir a pobreza para metade, até 2015. Em Angola, o sector industrial tem registado avanços depois do alcance da paz e estabilidade política há sete anos, mormente a implementação de políticas, programas e acções de desenvolvimento sustentável de longo e médio prazos para o bem-estar da população.
Os níveis de crescimento da economia angolana, nomeadamente em termos de PIB, registaram de 2005 a 2008 (20,6, 18,6, 23,3 e 13,8 porcento, respectivamente), e uma variação no mesmo período da taxa de inflação (23, 13,3, 11,8 e 13 por cento). Na sequência das eleições legislativas de Setembro de 2008, o governo concebeu um Plano Nacional consubstanciado na continuação da recuperação das infra-estruturas económicas e sociais, estabilização macroeconómica e expansão de um sector privado forte e competitivo, entre outras acções.
No Dia da Industrialização de África, a ONU reafirma o compromisso de fortalecer a indústria africana, a fim de contribuir, como catalisador, para o crescimento económico sustentável e a erradicação da pobreza.
Sem comentários:
Enviar um comentário