África é o melhor mercado para retorno de investimento
O continente africano é o melhor mercado para o retorno do investimento estrangeiro, considera o sul-africano John Luiz, professor da Universidade de Witswatersrand, da África do Sul. “África oferece o mais elevado retorno do investimento estrangeiro em todo o mundo, deixando a grande distância todas as outras regiões”, frisou o especialista, que falava na conferência “Cooperação num Quadro Internacional de Desafio Energético e Alimentar”, em Lisboa. A iniciativa juntou especialistas portugueses e estrangeiros, que debateram as estratégias indispensáveis à garantia da segurança alimentar e energética no continente africano. “África é um dos continentes menos compreendidos. As ideias dos investidores são condicionadas pelas notícias negativas e pelo pouco que se conhece do mundo empresarial, mas o continente está a mudar e este é o momento para reconsiderar o potencial deste vasto mercado de 850 milhões de pessoas”, considera John Luiz. Paradoxalmente, sustenta que as condições de pobreza que caracterizam África são elas próprias “oportunidades de negócios. Educação, cuidados de saúde, infra-estruturas, serviços bancários, bens de consumo e telecomunicações são áreas com grande potencial de crescimento”, defende. As telecomunicações, designadamente o uso de telemóveis, por exemplo, cresceram de forma consolidada, entre 1999 e 2004, com taxas de crescimento de 58 por cento, enquanto na Ásia, esse crescimento, durante o mesmo período se ficou pelos 35 por cento. “África está a tornar-se cada vez mais interessante para a economia global. Prevê-se que o continente assegure a maior parte das necessidades petrolíferas dos EUA, ultrapassando nesta área o Médio Oriente. A China e a Índia estão também rapidamente a aumentar as suas trocas comerciais e investimentos, batendo empresas americanas e europeias”, afirmou. O panorama político africano está também a alterar-se e John Luiz destaca neste ponto o facto de desde o início da década de 1990 se terem realizado eleições multipartidárias em mais de 40 dos 48 países que fazem parte da África subsahariana. “Em muitos deles, as eleições multipartidárias foram os primeiros escrutínios realizados depois da independência”, realça.
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